quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Certeza horizontal




Procurar dúvidas é a forma mais sincera de se esconder. Por que ela, sempre tão medrosa, tinha que ter todas as respostas? sabia precocemente de tudo; desfrutava da dor de conhecer muito e ser pouco; até o vento ela entendia.
As manhãs cinzentas não traziam tempestades, mas sim mais e mais desilusões. Era terrível não poder acreditar por simplesmente ter conhecimento. Ela compreendia e só. Sozinha, desnorteada, apavorada.
A brisa que entrava pelos olhos profundos secava a garganta e fazia com que percebesse o frio e as certezas que estavam por vir.
Adoraria fantasiar. Ser. Experimentar o que faz mal, sentir a agonia do desespero de não saber o que virá. Praticar gerúndios que parecem nunca virar pretéritos imperfeitos. Sentir prazer no desconhecido. Queria viver, libertar; entregar-se! Por que não sentir de verdade? queria derramar lágrimas de felicidade. Sorrir mesmo, e não fingir satisfação. Olhar-se no espelho e ver que os olhos brilhavam de dentro pra fora. Gostaria de compartilhar "eu te amo's" sem preconceitos, pretensões; palavras sinceras jogadas ao vento, contra o mar, para molhar os corações litorâneos, sempre tão cheios de perguntas e vazios de sentimentos. O mundo era seu litoral!
Mas ninguém fazia isso por ela, a pobre menina dos cabelos alaranjados como o entardecer, em cima da pedra, que sentia o cheiro da maré e que por infelicidade do destino sabia que tudo acabava ali, na tortuosa linha do horizonte.

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

"A consciência, de fato, é totalmente inadequada para explicar o conteúdo da personalidade. É a arte, e só a arte, que nos revela a nós mesmos!"

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

cultura

Tá aí uma das únicas coisas que me encantam ultimamente: cultura. No sentido amplo da palavra. Arte. Envolvendo tudo, mesmo. Música, teatro, filmes, livros, revistas, quadrinhos, críticas, amadores.
Wilde me acompanha nesses últimos dias. Como queria ser livre de qualquer sentimento demasiado humano como Lorde Henry. Nietzsche não sai da mochila. Um trecho aqui, outro acolá. Lispector, Espanca, Sobrenomes e Heteronômios.

"(...) Profanar é romper com o mero gosto em cuja vigência a sociedade impede a expressão. É a profanação da linguagem que cria a literatura, a profanação da forma que cria a arte, a profanação da moral que cria a ética. A profanação dos conceitos que cria a filosofia." (Profanação, Cult. A matéria inteira é interessantíssima!)


Conversei com algumas pessoas que não via há tempos; e elas evoluíram. Fiquei animadíssima.
Sem incoviniências e chatices, tudo no mais calmo climinha de boteco e algum assunto interessante. Cerveja no copo pra ele, cerveja na latinha pra mim - não gosto de cerveja no copo.


Dormir a tarde é uma delícia!
Pois é... realmente é uma perfeição... pena que a gente não tem tudo pra sempre... pena!
Merda, ia ser um ótimo final de semana de 3 dias. e acabou com um "a gente se fala"
e agora, josé?

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Dias de chuva

Meus amores eu guardo na gaveta... junto com as cartas, as fotos e as lembranças. Arrumar a bagunça de vez quando faz o pó subir e irritar os olhos. Lágrimas de crocodilo molham-me as maças do rosto.
Gosto que lembra a água do mar.
Jogar umas coisas velhas fora e colocar outras mais velhas no lugar.
Dias vêm e vão, assim, se me perguntar se quero que eles fiquem mais tempo.
As tarde duram uma eternidade... e enquanto o eterno angustia pouco vale viver o infinito.
Quero o infinito que dá gosto, que assombra e faz pirar! Quero o infinito que não morre, que não quer acabar!
E quando todos forem pro inferno pela 7ª vez eu estarei festejando, pedindo pra que minhas palavras sejam cruéis e que meus sonhos tornem-se realidade, pela 7ª vez.



Minha rua foi tomada por pombos... esses ratos com asas.

ausência de estro.

I'm tired of everyone I know
Of everyone I see
on the street
and on TV, yeah

I remember when you came
You taught me how to sing
Now, it seems so far away
You taught me how to sing

I'm tired of being so judgmental of everyone
I will not go to sleep
I will train my eyes to see
That my mind is as blind as a branch on a tree.

On the other side
The strokes

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Súplica

"Olha pra mim, amor, olha pra mim;

Meus olhos andam doidos por te olhar!

Cega-me com o brilho de teus olhos

Que cega ando eu há muito por te amar.

[...]

Vem para mim,amor... Ai não desprezes

A minha adoração de escrava louca!

Só te peço que deixes exalar

Meu último suspiro na tua boca!..."

Florbela Espanca.

domingo, 19 de agosto de 2007

O conselho de uma lagarta.



Por fim, a lagarta tirou o narguilé da boca e dirigiu-se a Alice com uma voz lânguida e sonolenta.
"Quem é você?", disse a lagarta.
Não era um começo de conversa muito estimulante. Alice respondeu um pouco tímida: "Eu... eu... no momento não sei, minha senhora... Pelo menos sei quem eu era quando levantei hoje de manhã, mas acho que devo ter mudado várias vezes desde então".
"O que você quer dizer?", disse a lagarta ríspida. "Explique-se!".
"Acho que infelizmente não posso me explicar, minha senhora", disse Alice, "porque já não sou eu, entende?".
"Não entendo", disse a lagarta.
"receio não poder me expressar mais claramente", respondeu Alice muito polida, "pois, para começo de conversa, não entendo a mim mesma. ter muitos tamanhos num mesmo dia é muito confuso."
"Não é", disse a Lagarta.
"Bem, talvez ainda não pense assim", disse Alice. "Mas quando se transformar numa crisálida - o que vai acontecer um dia, sabe - e depois disso numa borboleta, acho que vai se sentir um pouco esquisita, não acha?"
"Nem um pouco", disse a Lagarta.
"Bem, talvez seus sentimentos sejam diferentes", disse Alice. "O que sei é que eu iria me sentir esquisita."
"Você!", disse a Lagarta com desdém. "Quem é você?". [...]


Alice no país das maravilhas.
Lewis Carroll.

Nescafé

Encolhida bem no meio: no meio da cama, no meio do quarto, no meio da vida. Estava entre o som e o eco. Na intensidade da eternidade do efêmero.
Nostalgia flamejante que entrava quente junto com o Sol que invadia o aposento pela janela e ela pelos olhos. Não sabia - e nem queria saber - que horas eram.
Desde que se conhecia por gente o pote de nescafé ficava no vasculhante da cozinha, junto com as caixinhas de palito de dente e outras tantas de palito de fósforo, que só eram úteis quando a energia acabava e era preciso acender velas.
Um apartamento no meio do caos desde que saíra de casa pra 'ganhar a vida'. Trouxera algumas manias de criança, pena que esqueceu a inocência em casa.
Tanta cultura a ser desfrutada e ela não tinha tempo pra nada, só pra pensar em ganhar dinheiro pra poder aproveitar o tempo precioso mais tarde. Mal sabia que o mais tarde era tarde demais. Tinha uma pequena noção, mas desacreditava, outra coisa que deixou para as crianças: a certeza é o agora.
Acordar, tomar banho escovando os dentes, café da manhã era luxo; correria. Ônibus, metrô, caras desconhecidas. Calçadas, sujeira, pernas. Uma bebida aqui, um amor qualquer ali. Luxúria era só mais um pecado capital. Lembrava muito pouco; nomes então, nunca os guardava. Não sabia se gostava de machos ou de fêmeas. Amigos de vez enquando. Pão na chapa e um cafézinho.
O homem da sua vida ficou na cidadezinha de onde veio. O nome dele ela lembrava. Lembrava do nome e dos olhos e do sorriso e de todo o resto, nos mínimos detalhes.
A cabeça latejava... não devia ter bebido tanto. Era dia de semana, dia de trabalhar e não de sair. Sabia desde sempre que era fraca para conhaque. Devia ter ficado só no vinho. Ou será que foi a coisa parecida com maizena? Não ia se levantar. Tiraram o nescafé de lá! então ela não precisava ser a mesma... não até colocarem o nescafé no seu devido lugar.

sábado, 18 de agosto de 2007

You'll know that!

Oh, Baby, I feel so down

Oh, and turned me off when I feel left out

So I, I turned around

Oh, baby, I don't care no more

I know this for sure

I'm walking out that door

Oh, Baby, I feel so down

And I don't know why I keep walking for miles

But the people they don't understand

No, girlfriends, they can't understand

Your grandsons, they won't understand

On top of this I ain't ever gonna understand

Oh, Baby, I'm gonna be alright

It was a great big lie

Cuz I left that night, yeah

Last Night

The Strokes

talvez...

Sem querer pagar uma de pseudopsicologa, mas já o fazendo, cheguei a conclusão de que as pessoas gostam de ser maltratadas.


O ser humano tem a necessidade de conquistar outros seres humanos, por ser algo complicado e ao mesmo tempo recompensador demais.
Considerar-se importante pra alguém é um dos poucos objetivos da vida.
As pessoas gostam de desafios, por mais preguiçosas que sejam.
Deixar-se conquistar facilmente é uma forma de perder a graça!

Um dia eu conquisto o mundo, ou quase, porque conquistar tudo acaba fazendo com que fiquemos sem objetivo algum! enquanto isso, deixo-o tentar me conquistar.




*Mr. Bean na TV pra alegrar meu dia!
-What's your name, sir?
-BEAN!

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

I'll miss ya...


baby I'm afraid of a lot of things
but I aint scared of loving you
baby I know your afraid of a lot of things
but don't be scared of love
'cause people will say all kinds of things
that don't mean a damn to me
'cause all I see is what's in front of me
and thats you

well, I've been dragged all over the place
I've taken hits time just don't erase
and baby I can see you've been fucked with too
but that don't mean your loving days are through
'cause people will say all kinds of thing
sthat don't mean a damn to me
cause all I see is what's in front of me
and thats you

well I may be just a fool
but I know you´re just as cool
and cool kids they belong together
Modern Romance
Yeah Yeah Yeahs

mais um pouco

Correr no universo paralelo me faz bem.
Quero viver intensamente. Começo segunda-feira. Também ia começar meu regime segunda-feira... mas deixa ele pra mês que vem!

Preciso de um pouco de coragem, de um monte de segurança e de uns beijos fortes!



"aves da tarde
flutuam em silêncio.
um branco antigo
em discreta agitação
alveja o crepúsculo.

que a noite chegue,
andarei com ela.
ninguém vai notar
que anoiteci também.
estafeta de mim mesmo,
levo estórias mais velhas que eu.
a ultima estação
tem respingos de infinito.
e me consola sentir
o íntimo
da vida sem vida."

Wolney Milhomem

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

triiiiiiiim


A sombra tava tão distante de tudo que eu poderia passar o resto do dia ali, vendo o mundo acontecer sem mim... literalmente!

Era tudo tão vivo embaixo do Sol e tudo tão frio onde eu estava que era como ver a vida de fora.

Eu não escutava as frustrações de ninguém e as pessoas não ligavam pros meu receios... Eu era um nada como o tudo ao redor. Um tudo pequeno, mas maior que eu.


Hora de fugir! Amanhã começa tudo de novo... e eu não aguento mais! Sorte que é sexta-feira... sorte...

mas o domingo passa muito rápido... é incrível como o tempo em que nos sentimos seguros voa mais depressa que o pinguim que tem um ninho no córrego... e por falar nele, estou com saudades!


*preciso me desligar... urgentemente!


quarta-feira, 15 de agosto de 2007

C'mere

It's way too late to be this locked inside ourselves.

The trouble is that you're in love with someone else.

It should be me. Oh, it should be me

Your sacred parts, your getaways

You come along on summer days

Tenderly,Tastefully

And so may we make time

To try to find somebody else

This place is mine

You said today you know exactly how I feel

I had my doubts, little girl, I'm in love with something real

It could be me, that's changing!

And so may we make time

We try and find somebody else who has a line

Now seasoned with health

Two lovers walk a lakeside mile

Try pleasing with stealth, rodeo

See what stands long ending fast

Oh, how I love you in the evenings,

When we are sleeping! We are sleeping!

And so may we make time

We try to find somebody else who has a line

Now seasoned with health

Two lovers walk a lakeside mile

Try pleasing with stealth, rodeo

See what stands long ending fast

Interpol

Bem no meio.

Mas como definir o meio do sete? Ora bolas, quarta-feira.
3 horas da tarde não é meio-dia, mas 3 é meu número preferido.
Eu tô no centro, no centro do MEU universo.
Sol escaldante lá fora... mão congelada aqui dentro.
Tem algo me falando que é preciso mudar; e enquanto eu vejo a estrada correr eu realmente penso que vou conseguir; mas aí tudo pára, até o mundo estagna e eu me perco, porque existe muita coisa em volta... muita coisa em volta do centro!
Um emaranhado de emoções que até rimam com a cor dos meus olhos. E parece tudo tão certo que eu me recuso a ter certezas. Inventando as verdades que quero acreditar pra parecer que sou forte o bastante pra não sofrer com a fortaleza dos outros.
guardar cartinhas, bilhetes, marca páginas e aforismos parece infantil, mas eu não me importo, não quando o mundo à minha volta soa hipócrita demais pra entender qualquer coisa!
Rá! entenda como quiser...





"Amores são leves, gelam estômagos e entrelaçam as bocas, antes desconhecidas. Amores confundem, brincam com a imaginação, provocam ira. Bem-me-quer, mal-me-quer.Se escondem atrás de carne, osso e árvores, num parque em dias de Sol.Amores são feridas abertas, são traiçoeiros.Uns morrem de amor, uns matam de amor. Amores cegos. Loucos amantes."

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Desnorteando-se para se encontrar.




Era manhã de segunda-feira. 6 horas e céu escuro. Horário de Verão!
Acordara desregulada como seu relógio no qual derrubou cerveja na noite anterior. Não sabia quem era e, pra piorar, nem quem queria ser!
Cheiro de cigarro, gosto de coisa amanhecida, um alguém desconhecido ao lado... Não preocupou-se em descobrir quem era, estava atrasada. Não sabia pra que, só sabia q estava!
Vestiu as calças e a camisa, que por sorte não estavam sujas no meio daquele chão imundo. Pegou a bolsa no criado-mudo, conferiu se o maço estava lá, se tinha alguns trocados.
Foi ao banheiro; lavou o rosto, ajeitou o cabelo curto, olhou-se nos olhos e não se reconheceu.
As unhas curtas e mal pintadas. Lápis borrado que ficou com preguiça de tirar. Orelhas alargadas que sangravam. Putaquepariu! perdeu o alargador da esquerda! cuspiu na pia e não entendia porque sentia tanto gosto de sangue. Colocou os sapatos.
Observou de novo o ser desacordado na cama. Fez força para lembrar, mas era impossível. A cabeça doía em demasia e precisava de um café da manhã reforçado!
Chegou à padaria que não lhe era estranha, mesmo parecendo estar lá pela primeira vez. Pediu um expresso grande, um pão de queijo e uma barra de cereal. A fome foi embora e as lembranças voltaram.
Tinha um apartamento, um namorado (que não era o mesmo cara que deixou dormindo no ap. de onde saíra), um emprego, uma rotina. Era uma mulher feita, mas não realizada.
Sentia um enorme vazio, que a corroía. Resolveu não ir trabalhar.
A manhã estava clareando, o café da manhã acabou, o antepenúltimo cigarro estava no fim.
Andou pela cidade, observando-a. Grande e com prédios majestosos. Vertigem por causa do muro gigantesco à sua volta. Queria fugir, mas era fraca demais.
Mentia por tudo e pra todos. Não sabia se o que a prendia era o medo, a insegurança ou a comodidade. Aquelas pessoas apressadas, aquele barulho; tudo parece mais terrível quando prestamos a atenção - e quando é segunda-feira de manhã.
Precisava dar mais vida aos seus dias... viver algumas coisas intensas, como as da noite anterior.
Acabara de lembrar que traiu o namorado, que bebeu mais do que podia, que tinha passado um fim de semana sendo ela mesma, por mais destruidor que fosse. Os "rombos" nas orelhas eram recentes, datados do sábado passado, e por isso latejavam.
Sentia sua liberdade indo embora, escorregando pelos dedos. O ar que entrava parecia pesado. Queria o vento da sexta a noite.
7 chamadas não atendidas. Vinícios (coração). Pensou em retorná-las, mas decidiu fingir ser ela mesma mais um pouco.

Infância e cotidiano

misturam-se!
Trazem com eles a nostalgia que me invade sem avisar e que parece gostar de me deixar com um sorriso bobo de satisfação.
Castelo ra-tim-bum. Um dos meus episódios favoritos. O do Carnaval: que o Nino está fantasiado de Doutor Vítor e que tem o Lobo Mau que até hoje me dá medo... não sei se é por causa dos dentes afiados ou porque tenho vontade de ter alguns sentimentos inocentes...
Escola sem aulas. Merda! Devia ter ficado dormindo em casa!
"A estratégia de Lilith" e imaginação a mil!!!
Mais uma crônica para os próximos dias... e elas estão menos autobiográficas do que eu imaginava.
Vento quente vindo lá de fora! Gosto de chocolate e vontade de sair de casa... e é o que vou fazer. Espairecer. Ficar deprimido é para os fracos! eu quero uma verdade inventada!

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

sinceramente

cansei de me preocupar
de me preocupar em agradar
vou fazer sem pensar
sem pensar no dano que vai causar!


ao meu querido keith moon, de todo o meu coração. àquela coisa que não morre, que não apaga, que me dá a dor de um murro na boca do estômago e o prazer de sentir a respiração voltar... aos poucos...

e a ele, ainda: Eu te odeio[2] por me fazer querer demasiadamente! Você me faz mal, um mal necessário, que eu mal me lembrava... eu quero cada vez mais perto, cada vez mais forte, cada vez mais intenso, cada vez mais bonito, cada vez mais!
O seu pode durar um dia, o meu é pra sempre!



e vai ser assim até eu aprender que o meu maior defeito é insistir que ele é perfeito...

sábado, 11 de agosto de 2007

I never needed anybody and it won't change now!

"... agora mais do que nunca!"





Eu odeio, do fundo do meu estômago nauseado, toda essa confusão! essa confusão de satisfação e desejo, de medo e de confiança, de sentimentos bons e de dúvidas ruins, essa confusão de certezas e de inscontâncias... essa confusão que me nutre e me destrói.

Por que eu arranjo um jeito de foder tudo que tá tão bom? sempre faço isso! tô até me acostumando... e eu me impressiono com meu 'poder de adaptação'. eu sou menos forte e mais sincera do que eu imaginava.



KLB, beatles, lembranças, bochechas fundas, chocolate e um sorriso. O sorriso. eu tenho medo, mas o que seria de mim sem esse frio na barriga?





E que voltem os 'bons velhos dias', eu os espero de braços abertos..

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Infantilidade e pagação de pau não me agradam!
admiração excessiva para com alguém que não seja eu faz com que eu me sinta insegura... e insegurança não é comigo!

o filhodaputa tá melhor do que nunca... e eu só tomo no cu!
monossílabos terminadas em 'u' não são acentuadas e eu doidinha pra esfolar a cara de alguém.

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Em fim, liberdade!


Sentia-se inteiramente feliz por libertar-se.

Tinha 30 e poucos anos... 8 com um casamento - sim, um casamento e não um marido. Nome forte e olhos bonitos. Não os suportava por pensar ser indigna, já que nunca fora uma mulher forte e bonita.

Acordara em cólera. O homem com quem dormira nas ultimas muitas noites balbuciou algumas palavras, que de tanta vontade de não ouvi-las acabou não as entendendo mesmo. O ultimo barulho que escutou, antes de levantar-se naquela quinta-feira chuvosa, fora o da porta batendo com violência. Silêncio.
Resolveu levantar-se, mas não iria arrumar a cama como de costume... saiu correndo para o banheiro. Olhou-se no espelho, nos olhos, não sabia que estava tão velha. Estranho como 8 anos mudam as pessoas... Desconhecia se era culpa do tempo ou se era tudo culpa dela; o "marido" nunca havia reparado nela, então, há muito, desistira de manter a carinha de garota. Não foi um casamento arranjado, mas não casou-se apaixonada - o que pra ela foi uma grande frustração. Nunca foi muito de se arriscar com medo de acabar na sarjeta, implorando por uns trocados; mas estava pior, vivendo um amor de mentira, uma rotina que a enojava com um cara que nunca lhe dera nenhum apelido carinhoso (por isso foi obrigada a viver com o nome que não suportava). Também não tinha filhos, nem animais de estimação: o homem vivia falando que já tinha responsabilidades demais. Perdeu o contato com as poucas amigas, perdeu a mãe e nunca teve um pai. Perdeu o prazer em viver.
Sentiu um mal estar, uma tontura e percebeu que sua menstruação estava 4 dias atrasada. Estaria grávida? Impossível! Faziam uns 3 anos que não trepava e uns 8 que não tinha um orgasmo. Sim! fingira orgasmos esses anos todos com medo de perder o único cara que suportava suas manias. De repente jogou fora o jantar engolido na noite anterior. Não gostava de pizza de atum e era obrigada a comer uma todas as quartas-feiras, um costume antigo do cônjuge. Era como se deixasse um pouco do seu fracasso no vaso sanitário. Viu seus tormentos indo embora com a descarga... Devia ter feito isso sempre, pois sentia-se inteiramente feliz por libertar-se...

sábado, 4 de agosto de 2007

Faz bastante tempo que não escrevo nada além de contas e anotações sobre a divisão celular e o classicismo.
Não é por medo de escrever coisas tolas, mas sim porque nem coisas tolas tomam conta de mim.
Estou só sentindo... nada de tentar entender. "viver ultrapassa qualquer entendimento"

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

O meu impossível

Minh'alma ardente é uma fogueira acesa,
É um brasido enorme a crepitar!
Ânsia de procurar sem encontrar
A chama onde queimar uma incerteza!

Tudo é vago e incompleto!
E o que mais pesa é nada ser perfeito.
É deslumbrar a noite tormentosa até cegar,
E tudo ser em vão!

Florbela Espanca