sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Da cor do céu de manhã, sem nuvens.

Uma das dores mais prazerosas é aquela que vem no abdomem depois de longas risadas. Estava com saudades dela, já. Fazia tempo que não ocorria e agora está cada vez mais recorrente.
Tô me sentindo mais completa e isso me faz muito bem.
O cheiro da chuva nunca foi tão doce. E a tempestade que chega não é da cor dos meus, nem dos seus olhos. É cinza, cinza escuro, e não me amedronta, porque sou dona de mim, agora mais do que nunca!






E eles só podiam ser de mentira. Impossível; aquele azul é do céu!

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

like a snow-flake


Eu estou me sentindo quase leve, mesmo com todas as pendências ainda pendentes e com todas as preocupações ainda aparentes; Só sei que até o fim da semana estarei inteiramente.
Nem todo esse caos que me ronda será capaz de me derrubar. E muito menos uma multidão de falsos moralistas.
E que sejamos livres, porque só a liberdade é capaz de fazer-nos felizes!

Café, quase-chuva e abraços quentes.

e lembrem-se: O que não te mata te fortalece!

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

transparências

Por que beber da vida,
Embriagar-se,
Em continentes,
Invólucros,
Aparentar a consistência

Em vãs palavras,
Em significados rasos,
Desdobrar-se em hipocrisias,
Afugentar-se,
Desfazer-se de si mesmo

Quando o dia, apenas o dia
Agride a máscara,
Ensurdece os tímpanos,
Enclausura,
E concede hábeas corpus
Hábeas data,
À página reversa

Ao conteúdo,
Ao destino franco,
À oração absoluta

(será que apenas a fé move montanhas?)

Por que delinqüir
O sonho
Para ostentar
O vazio

Afinal a essência
Não é nada mais
Nem menos,
Do que tua alma desnuda...

De um amador

sábado, 22 de setembro de 2007

"O mundo pertence a nós!"

E eu não me importo se acreditas em mim ou não, porque eu acredito e basta.
Eu já cansei das pessoas não se contentarem em viver a vida delas e acabar por foder a minha.
Vocês ganharam. Sempre ganham. Não sei por que ainda insistem.
Mas o meu amor vocês não arrancam. Podem levá-lo embora, se ele quiser ir, mas arrancar de mim, jamais!
Minhas experiências respondem às perguntas por que eu tenho tanto medo. Tenho medo de perder ao tentar ganhar e acabo sempre perdendo sem tentar.
E quem foi que disse que meu amor é falso e imoral? Oras, a imoralidade está nos olhos de quem vê! E tenho dito.
E eu posso sentir o cheiro da primavera vindo, invadindo meus pulmões e me fazendo vomitar sentimentos que eu preferia guardar, pra sempre. Mas é melhor cuspir do que esperar apodrecer dentro das entranhas.
Eu amo e é só.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

O dia em que Júpiter encontrou Saturno

-Quando a noite chegar cedo e a neve cobrir as ruas, ficarei o dia inteiro na cama pensando em dormir com você.
-Quando estiver muito quente, me dará uma moleza de balançar devagarinho na rede pensando em dormir com você.
- Vou te escrever cartas e não mandar.
- Vou tentar recompor teu rosto sem conseguir.
- Vou ver Jupiter e me lembrar de você.
- Vou ver Saturno e me lembrar de você.
- Daqui a vinte anos voltarão a se encontrar.
- O tempo não existe.
- O tempo existe, sim, e devora.
-Vou procurar teu cheiro no corpo de outra mulher. Sem encontrar, porque terei esquecido. Alfazema?
-Alecrim. Quando eu olhar a noite enorme do Equador, pensarei se tudo isso foi um encontro ou uma despedida.
-E que uma palavra ou um gesto, seu ou meu, seria suficiente para modificar nossos roteiros.
(Silêncio)
-Mas não seria natural
-Natural é as pessoas se encontrarem e se perderem.
-Natural é encontrar.Natural é perder.
-Linhas paralelas se encontram no infinito.
-O infinito não acaba. O infinito é nunca.
-Ou sempre.
-Tudo isso é muito abstrato. Está tocando Kiss, kiss, kiss. Por que não me convida para dormirmos juntos.
-Você quer dormir comigo?
-Não.
-Porque não é preciso?
-Porque não é preciso.
(Silêncio)
-Me beija.
-Te beijo.


Caio Fernando Abreu

Manias, sexta-feira e mais promessas

Eu abri o estojo. Peguei um: Nada. Peguei outro: Nada de novo! Dois potinhos de grafite vazios. Dois! Vazios! Imprestáveis.
Poxa, eu gosto de grifar as partes mais interessantes dos livros, mas meu grafite acabou e eu emprestei meu lápis pra alguém não lembro quem que nunca mais me devolveu.
Eh terrível ficar sem lápis. Terrível! E grifar livros com caneta não rola. Não sei porquê, mas não rola. E, por favor, nunca lavem suas canetas. Por mim. Por elas. Por você. Não lave-as. Não vale a pena.
Fazia tempo que um livro não me fazia chorar. Fazia tempo que nada me fazia chorar, por isso, hoje, desabei numa corrente constante de lágrimas. E parecia não acabar nunca! Incrível como não fiquei desidratada depois das 67 páginas mais tristes que eu já li. Só fiquei com sono, porque chorar me dá sono, mas desidratada eu não estou. Minha cara também fica vermelha por um boooom tempo, sorte que não tem ninguém por aqui. Sim, tenho vergonha de chorar na frente dos outros e é por isso que sempre estou com um rio de lágrimas entalado na garganta. Guardar choro faz mal... e como faz! Agora eu vou chorar sempre que me der vontade (coleciono promessas #1).
Eu tô escrevendo da mesma maneira que o autor do ultimo livro que eu li escreve. Meu deus, como sou facilmente influenciável.
Foi assim com o grande amor da minha vida. De repente eu estava imitando os trejeitos dele e tremia, sem querer, quando segurava as cartas do baralho.
(Cigarras, calem a boca. Agora!).
Isso também acontece quando eu assisto a um filme legendado. Saio por aí morrendo de vontade de falar inglês. Sempre acabo querendo ser diferente do que eu sou.
Eu descobri que sou altamente dependente de tudo que me faz bem...e você deve pensar: Ora todo mundo é assim! Mas ser assim assim, em excesso, como eu, faz mal. Mal de verdade!
Vou me livrar de tudo que me causa dependência e saudade. (coleciono promessas #2).
Tô precisando de algumas coisas que eu nem sei quais são. Tenho uma idéia, mas parece não ser o bastante. Preciso libertar a corajosa dentro de mim e encarar de frente meus medos e receios... sabe, posso sair ganhando colocando tudo a perder. Só sei de uma coisa: não aguento mais essa situação! Pois é, tá na hora de agir e foder tudo, como sempre faço, mas eu preciso pelo menos ter umas certezas pro meu coração parar de acelerar sempre que o vejo. Isso vai acabar me matando! (coleciono promessas #3). E ao meu garotão: Não aguento mais ficar longe de você! Te ver todos os dias e mesmo assim não te ter tá ferrando minhas entranhas.
21 de setembro não era dia de alguma coisa? hein? Podia jurar que era! Podia ser feriado também. Feriados assim, antes do final de semana em si, são sempre muito bem-vindos!
Hoje é sexta-feira e minha vida só vai voltar à rotina na quarta. Beleza! Dia feio, sem Sol, não gosto de Sol, mas o dia está com uma cor que me dá medo. Aquela cor que parece anteceder algum acontecimento muito ruim. Sei lá, só sei que é daqueles dias que qualquer ventinho me traz grandes arrepios... e eu não estou falando de arrepios bons.
Sabe quando você está preocupado com algo mas não sabe o que é? Pois é, eu tô assim, e faz um tempo já.
Preciso ver deus. Urgentemente!
Sorte que amanhã é sábado. Sorte!

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Ela tá quase aí.

Animada. E eu nem sei porquê.
Talvez porque é quarta. Falta pouco agora.
Acordei com as cigarras gritando nos meus ouvidos.
Ora! por que elas não explodem logo?
É a primavera! Querida Primavera...
A estação das flores e dos amores
Quanta poesia inútil!!
Fim.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Amor platônico e uma pitada de orgulho.


Ela foi, sem olhar pra trás. Mas esqueceu um pedaço dela, por querer.
Caminhava pisando forte, fingindo ser como suas pisadas. Cabeça erguida, coração jogando sangue pra boca e pros olhos, mãos suadas e o cabelo soltando-se lentamente. Constrangimento. Soltou-se por inteiro. Toda uma imagem montada desmoronou quando ela teve que levar as mãos à cabeça e amarrar cuidadosamente os fios curtos. Fez tudo o mais rápido possível e não parou de andar. Aqueles segundos intermináveis; Aquela calçada que não acabava nunca! Ele não viu.
Ela tinha os olhos protegidos e as lágrimas escondidas pelos óculos escuros.
Foram longuíssimos minutos de felicidade. Ela o sentia, ainda, em seus braços. Ele era todo, inteiro, e só dela. Cheirava à conquista.
Queria poder cantarolar Hole, bem na parte que a putagostosona diz: Quando eu consigo o que eu quero eu nunca mais quero de novo! Mas não, era demais pra ela, porque ela queria de novo! e como queria.
Sentia o Sol queimar-lhe as maçãs do rosto. estava desprotegida. Sem protetor solar e sem protetor emocional. Deixara-se levar por acreditar demais no seu amigo Oscar Wilde.
Os clichês eram bem-vindos.
Ela não aceitava. De jeito nenhum. Como podia ter se entregado tanto... e tão rápido? Ah, ela sabia que sua admiração por sorrisos bonitos ia acabar levando-a pro fundo do poço, como naquela tarde. Mas era o fundo do poço mais agradável que ela conhecia. E o mais raso também.
Ela deixou aquilo arder, arder até não suportar. Sabia que era melhor terminar ali. Terminar bonito. Terminar mágico. Terminar com a impossibilidade de que algum dia alguma coisa supere aqueles poucos minutos que ela adoraria que fossem eternos.
A pulsação saía do peito; ela agora a sentia no pescoço. Merda! Marcas! Era tudo que ela menos precisava. Chegar em casa e ter motivos visíveis para se lembrar do homem de sua vida; Que ela largou, lá atrás, com o coração dela nas mãos e o céu, sem nuvens, nos olhos.
E ele, todo confiante, cantava: "and you'll still want me!". Como é que ele sabia? como? Junkiesfilhosdaputa. como eu os odeio.
opa.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

tanto, que se faz nada!

Acho que nunca tive tanto a dizer com tão pouca coragem para fazê-lo. É o sentimento de impotência diante de tudo, de novo.
É como se eu realmente estivesse sendo quem eu não sou. Voraz e firme, mas só nas palavras. Quando o assunto está além dos meus pensamentos desvairados, eu enfraqueço. Perco a segurança e me vejo mergulhando no poço fundo sem esperanças de volta... pelo menos até o próximo despertar para 'a realidade'. Me vejo inerte numa torrente constrangedora de "não saber o que fazer". Eu sou uma fraca. Uma fracote ao cubo.
Sinto-me inteiramente lisonjeada por ter vivido momentos otimos, mas agora eu só queria saber o que querer.
vendo que vou fazer merda, mas é melhor queimar de uma vez do que ir se apagando aos poucos (se é que já não apagou).

Eu me sinto uma inútil diante de um show de talentos. O único que eu possuo é aquele que qualquer um compra na padaria e pode escolher se quer com avelã ou passas ¬¬
Talvez eu seja uma incapacitada mesmo. Ora! a quem eu estou tentando enganar? eu SOU um incapacitada mesmo! Das grandes, das repugnantes, das nojentas.
Seria tão mais fácil se os "talvez" não existissem e deixassem eu agir sem o medo medíocre do que pode vir a acontecer.
E eu só queria saber desenhar, ou cantar, ou sorrir sem me encher de rugas, ou, simplesmente, ter coragem! Quer talento maior que a coragem? Loucura e inteligência também seriam otimos, mas aí eu já quero demais.... tá! eu quero demais. Eu quero tê-lo, inteiro, só pra mim... e ele vale mais que qualquer talento, porque ele o é, inteiro, só pra (mim).

Finais de semanas lavados de encontros com Deus, mas hoje é segunda, é dia de nostalgia, é dia de começar o regime, é dia de perceber que já não é mais como antes, é dia de matar ou morrer, é dia de comer ou deixar-se devorar, é dia e parece que não acaba nunca!




“Escrevo. E pronto. Escrevo porque preciso, preciso porque estou tonto. Ninguém tem nada com isso. Escrevo porque amanhece, E as estrelas lá no céu lembram letras no papel, quando o poema me anoitece. A aranha tece teias. O peixe beija e morde o que vê. Eu escrevo apenas. Tem que ter por quê?”.
Paulo Leminsk

domingo, 16 de setembro de 2007

Neve em forma de algodao

-Vamos, não tenha medo!
-Mas aonde isso vai dar?
-Não sei. Ninguém sabe.
-Então como não ter medo?
-Confia em mim!
-Como confiar em alguém que não sabe onde vai?
-Você viu o algodão caindo das árvores ontem à tarde?
-Não.
-Parecia neve. Neve que cai na mão e não congela a pele; que não derrete com o Sol e nem molha o cabelo.
-Você é louca.
-Você já viu o mundo com lágrimas cristalizadas nos olhos?
-Nunca!
-Fica muito mais colorido. Até a neve deixa de ser Só branca.
-Você é...
-Shiu! Escuta! É o vento vindo derrubar a neve macia de novo.
Então Ele viu o algodão caindo, chorou, a lágrima cristalizou e observou o mundo refletido pelo prisma... era mesmo mais colorido. Estava louco também e descobriu que só os loucos são livres.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Sete anos de azar?

Sabe quando parece que você poderia ter feito muito mais ? Ter aproveitado mais intensamente? Ter vivido mais ativamente momentos maravilhosos? Mas na hora a gente nunca pensa que pode ser melhor, nunca!

Na frente do espelho tudo parece mais fácil; sinto ter o mundo nas mãos. Sou só eu e ele: o reflexo. O eu que me copia até na força dos olhos.
Eu sou grande diante da imagem invertida; que me olha de volta, que me encara, que me fala o que eu quero escutar.
Mas na hora de agir, eu despenco. A base, outrora forte, amolece. Eu perco o chão, a certeza, as palavras. Quisera eu sumir como aquilo que se foi junto com o vidro quebrado; Vários pedaços de um mesmo eu eufórico e fraco, inseguro, preso pelo medo.
- É agora.
Pronto. E mais uma vez, nada! Fim... só mais um deles.
Eu coleciono discursos que não passam de ensaios.
Aplausos. As cortinas se abrem e a vida de 'verdade' começa.
Lamento por deixar a mulher no banheiro que transformei em meu palco.
Sorte sua que não vê o que eu vejo, sorte!

terça-feira, 11 de setembro de 2007

um dia após o outro

Agora, é como se eu não precisasse de nada, de ninguém. Mas amanhã vai tá tudo mudado, eu sei que vai, e eu vou voltar a olhar, a desejar, a necessitar.
Esse mundão de deus me impressiona cada vez mais e mais e mais.
E onde estão todos? Faz tempo que não os vejo... tanto que já nem lembro...

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Razões (?)

Nunca fui muito boa com explicações; deve ser por isso que nunca me entendi inteiramente.
Sabe, dúvidas recorrentes resolveram dar uma sumida dando lugar à uma sensação de nostalgia gostosa, que me faz esquecer um pouco da realidade enlouquecedora e lembrar de uns momentos maravilhosos que venho passando.
A frase "mais vale um pássaro na mão do que 5 voando" nunca fez muito sentido pra mim. Viva o excesso! Mais vale pecar por ele do que por falta.
A vida é realmente cheia de momentos deliciosos. É como se em poucos segundos tudo fizesse sentido, tudo se encaixasse, literalmente.
E eu só quero mais um pouco... e que o amor seja, em todos os sentidos!

*preciso de mais finais de semana prolongados.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

sem paragrafos, como a vida.

A vida não possui paragrafos. não pára, não dá tempo pra pensar. Tem virgulas e um ponto final no final.

De repente eu escuto: 'Um, dois, três, lá vou eu. Quem não se escondeu não se esconde mais.' E basta pra que um acesso de nostalgia tome conta do meu ser.Silêncio. 'Um, dois três, Fulano.' Não sei se alguém se salvou ou se foi a mãe que o achou, só sei que do fundo do meu estômago nauseado eu gostaria de estar lá, me camuflando, vivendo, brincando. Mas não, estou aqui, decorando fórmulas de física e fazendo uma cola bem bolada pra avaliação de biologia. Ah! que falta da época de não preocupação; de piqueniques no meio do mato, de dar comida aos bois, de sair correndo dos fantasmas, de ter medo de ser pego pela polícia quando se é o ladrão, de amar sinceramente, de ficar feliz com um selinho escondido, de ter vergonha de dizer: Eu gosto de você, de jogar bola, de correr (ah, se eu tentar correr hoje em dia eu morro.), de gargalhar, sem medo. Ao invés de estar me divertindo, estou aqui, tomando remédio pra cólica e pensando o que será de mim se não arranjar um emprego que me agrade. E se eu não conseguir realizar-me profissional e emocionalmente? E se eu não tiver a vida que eu vivo planejando? Oras, e se eu morrer e não tiver feito nada que preste?!?!?!Que vontade de ser um daqueles que estão mais preocupados em achar um lugar escondido pra se esconder e que só tem medo de ficar com vontade de fazer xixi bem na hora que o cara que tá batendo cara gritar "Lá vou eu!" Que vontade de saber que única coisa que existe é o agora, mesmo sem saber.que vontade de ser... de deixar-me viver! Um, dois, três. Questão número um... Isabella, boa sorte, e presta atenção nessa prova, você nunca mais vai ser criança de novo, NUNCA!

Ontem completaram-se 6 meses. Sim, meio ano. E como passaram depressa, correndo, eu quase os perdi. A grande maioria dos dias desses meses foram embora sem dar tchau, mas alguns resolveram ficar pra sempre.
Mas sabe quando parece que regrediu ao invés de evoluir? Merda, eu não podia ter deixado isso acontecer. Não mesmo.
15 anos e 6 meses... e eu me sinto uma criança... que se apega facilmente às pessoas e que chora quando não consegue o que quer.

De almas sinceras a união sincera

Nada há que impeça: amor não é amor

Se quando encontra obstáculos se altera,

Ou se vacila ao mínimo temor.

Amor é um marco eterno, dominante,

Que encara a tempestade com bravura;

É astro que norteia a vela errante,

Cujo valor se ignora, lá na altura.

Amor não teme o tempo, muito embora

Seu alfange não poupe a mocidade;

Amor não se transforma de hora em hora,

Antes se afirma para a eternidade.

Se isso é falso, e que é falso alguém provou,

Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou

William Shakespeare