terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Existem coisas que deviam durar pra sempre. Coisas e sentimentos. Coisas e pessoas. Devia, na verdade, existir um pra sempre. Um pra sempre que nunca acabasse.
Mas a única coisa que eu escuto, além do barulho insistente da chuva lá fora, é a voz rouca da Cássia Eller: "Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar que tudo era pra sempre, sem saber que o pra sempre sempre acaba?"

estão tirando de mim tudo o que eu tenho de mais precioso...
Esses filhosdaputa estão fazendo meu coração derreter!!!

eu preciso dormir
e eu preciso sentir algumas pessoas bem perto de mim
bem perto
MUITO perto mesmo

a aranha laranja

Tem uma aranha
uma aranha laranja no espelho do banheiro.
As patas são finas e a bunda é grande.
E a teia dela é tão fina que parece inexistir

Não vi os olhos
e não sei se tem ouvidos
só sei que é pequena
do tamanho de uma mosca
mas é mais rapida que o vento

E ela é laranja
laranja feito um lápis de cor
laranja como as aboboras
da plantação de aboboras mais sincera que existe

ela desceu
ela desceu correndo do espelho essa manhã
e a aranha, ah! cara! a aranha me disse olá
e voltou rapido pra dentro do espelho
rapida como o vento!

Enlouquecendo...

Eu meio perdida. Inerte. Desvairando no meu universo paralelo. Me intrigando com os pequenos detalhes todas as noites e amanhecendo mais fraca. Cuspindo sangue e tomando remédios contra a dor que sai do meu útero e atinge meus neurônios adormecidos.
Overdoses.
De tudo! Carência e amores. Insônia e medo.
Necessidade latente. Me afogo nos meus tormentos adormecidos e finjo esquecer meus demônios atraentes e selvagens.
Mais uma dose... em menos de uma hora. 35 gotas, mais 20. Dá bastante coisa. Sem água dessa vez, pra ver se funciona.
A dor insiste. Pira. Quase desmaio. Adoraria.
Olhos arregalados esforçando-se pra enxergar algo onde só existe o escuro... e o silêncio.
Chove dentro de mim, e fora só há vestígios. Céu sem cor e sem estrelas. Nuvens de chumbo. Eu grito um horror abafado. Não existe afago nem compreensão. Muito menos carinho. Só desilusão. Sozinho.
Visualizo meus receios concretizando-se em atos. Personifico meus desejos e tormentos.
Meu tato no breu não funciona, tal como meu olfato e qualquer outro sentido.
É quieto demais fora de mim, tenho medo de me perder de novo. É sombrio e frio. Alucinante!
Abraços e sorrisos ausentes.
Ele pertence ao mundo e a todas as suas delicias. Eu hospedo-me na desculpa mais próxima.
Um belo contraste. Atraente e excitante. Inebriante.
Na noite desvairada e sem lua ele se perde... e eu vomito.
Gosto de tentar dormir pensando que é sincero...

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

O dia amanheceu claro, mas ameaça doer.
Não existe pra onde ir.
Hoje eu só queria a quietude de um sorriso,
mas o mundo grita!

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

ilhada

É bonito ver as cargas elétricas despencando das nuvens de veludo. Descem com graça e leveza e anunciam à noite o tormento que está pra chegar. Afugentam as estrelas com o barulho e iluminam a noite sem lua com rastros de luz que duram menos que um orgasmo.
Chovem gotas grossas e frias, como lágrimas doces vindas de algum lugar... Ventos uivantes esfriam o ar já muito úmido de uma noite outrora quente.
eu só observo; contemplando quieta todo caos indiferente que me envolve, nesse cosmos que sangra desilusão e suplica por mais esperança. Eu quase desisto, por ser tudo tão frio e sozinho.
As nuvens, agora, já cobrem tudo. Eu brindo com o vácuo, um gole de silêncio, comemorando minha solidão cortante, enlouquecedora, quase homicida.
Levanto a taça já vazia. Tudo me remete a lembranças. eu choro, sangro e grito por dentro. Olho. confundem-se carência e vingança, com a água da chuva que balança a da piscina. Lágrimas e vento, tudo mais ou menos com o mesmo gosto.
Dedico mais um gole, agora para os segundos que perduram pela eternidade dos meus dias de tempestades internas; aquelas que me piram, porque é tudo muito quieto, um tanto triste e salgado. Me jogo na água doce, pensando me livrar dos demônios amargos. Durmo, afundo e não sonho, mais uma vez.

Churrasqueira sem luz, 16 de janeiro de 2008

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Vento no Litoral

De tarde quero descansar
Chegar até a praia e ver
Se o vento ainda está forte
E vai ser bom subir nas pedras...

Sei que faço isso prá esquecer
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando
Tudo embora...

Agora está tão longe vê
A linha do horizonte
Me distrai
Dos nossos planos
É que tenho mais saudade
Quando olhávamos juntos
Na mesma direção...

Aonde está você agora?
Além de aqui, dentro de mim...

Agimos certo sem querer
Foi só o tempo que errou
Vai ser difícil sem você
Porque você está comigo
O tempo todo...

E quando vejo o mar
Existe algo que diz:
-Que a vida continua
E se entregar é uma bobagem...

Já que você não está aqui
O que posso fazer
É cuidar de mim
Quero ser feliz ao menos
Lembra que o plano
Era ficarmos bem...

Ei, olha só o que eu achei:
Cavalos-marinhos....

Legião Urbana


É bem mais bonito ver as coisas assim...

POESIA.

domingo, 13 de janeiro de 2008

A consagração das férias.


Férias sempre foi sinonimo de praia. Há um tempo atrás isso me animava, mas hoje em dia, passar um tempo no litoral não me encanta. Uma semana - ou mais - longe de tudo - e das poucas pessoas - que me fazem realmente muito bem. Não gosto de Sol, nem de areia, nem da água grudenta do mar, e estou indo pra praia; Destino irônico que gosta de ferrar comigo ultimamente.
Estou levando um estoque literário e meus fones de ouvido. Vou me excluir do mundo e espero que ele me exclua dele também.
Quero paz, sombra e vento fresco.
Piscina a noite toda e água de coco.
Ah! o natal já passou...
E que esses dias também passem... voando.


Uma amiga e eu fizemos nossa festa essa tarde. Piscina, churrasco e um rapaz muito simpático como dj. Não dormimos essa noite e nos esbaldamos na "pista de dança adaptada".
Meu corpo tá dolorido e minha voz desapareceu, mas eu não me importo.
Preciso de mais momentos assim.


Ah, e ao garoto dos olhos de caleidoscópio, minhas saudades imensas desde já.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

hoje

Minha rotina vai mudar muito daqui uns tempos. E eu preciso estar preparada. Mais forte, menos idiota. Vou amadurecer rápido demais e ter que tomar minhas próprias decisões.
O mundo gira e traz de volta todo o mal - e todo o bem - que você fez. Eu já fiz muita coisa errada e acho que toda essa coisa errada resolveu voltar de uma vez pra cima de mim!
Não durmo direito há muitas noites e faz tempo que não gargalho até meu abdomem doer.
Caramba, eu só queria viver minha vidinha vadia tranquilamente; sem ninguém pra me dizer quem eu devo amar ou como devo agir.
Hoje o dia foi ótimo; Design de Interiores, duas crianças loucas gritando strokes no meio da rua, um macho que me anima, todas aquelas palavras bonitas, pôr-do-sol com chuva e um arco-íris pra fechar com potes de ouro (ou com pote de qualquer outra coisa).

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Ponto

Fazia tempo que eu não me sentia tão mal

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Let it Bleed

Segue, o resto do mundo, em paz fingida.
Só é caos dentro de mim.
Caos escancarado e sangrento. Gritante!
Um adeus machuca e eu estou farta de cicatrizes.
Eu nunca soube me despedir
e não é agora que vou aprender!

Segue, o resto do mundo, amando mentiras.
Só é verdade dentro de mim.
Verdade tinta e envenenada. Cega!
Me liberto quando enxergo o cheiro de hortelã que teus olhos exalam
e me entupo de êxtase quando nada mais existe.
Tremo e gemo quando o frio passa pras correntes sanguíneas
e eu desmaio esquecendo toda a falsidade do mundo que gosta de te jogar pra baixo!

Quero que estejas aqui quando meus sentidos estiverem prontos para anestesiar
Quero fazer-te sentir o quão real é tudo que sinto
e o quanto dói quando tiram de ti uma verdade pura que
demorou para ser construída e entendida.
Eu compreendi tudo tarde demais e agora sangro.

Segue, o resto do mundo, em paz fingida.
Só é caos verdadeiro a mancha do seu sorriso
que meus olhos borraram com lágrimas frias e salgadas.

sábado, 5 de janeiro de 2008

Para um velho poeta no Peru

Porque nos encontramos ao escurecer
Debaixo da sombra do relógio da estação
Porque por engano pensei que você estava melancólico
Por engano você achou-me genial, por eu ser tão jovem.
(Meu rock and roll é o movimento de um anjo voando na cidade moderna)
(Seu obscuro arrastar de pés é o movimento de um serafim que perdeu as asas)
(ambos rodeados pelos gritos de comunistas com flores enfiadas no cu)
- você muito antes de mim -
ou numa longa noite só num quarto
no velho hotel do mundo
observando uma porta negra... rodeado por pedaços de papel.
MORRE COM GRANDEZA EM TUA SOLIDÃO
Velho,
Eu profetizo a Recompensa,
Mais vasta que as areias do mundo
Mais brilhante que uma máscara de ouro batido
Mais doce que o gozo dos exércitos nus fodendo no campo de batalha
Mais estranha que nosso encontro
Fantasmas de uma velha ilusão, fantasmas do amor indiferente -
A OFUSCANTE INTELIGÊNCIA
Emigra da morte
pra te oferecer novamente um sinal de vida
Bravia e bela como uma trombada de automóveis...
Outro milagre estúpido!
Estou errado mais uma vez!
Sua indiferença! Meu entusiasmo!
Eu insisto! Você tosse!
Perdidos no vagalhão de ouro que escorre do cosmos.
Arre! Estou cansado de insistir!
Até logo, vou pra longe para ter visões.
Seus límpidos sonetos?
Eu quero ler seus mais sujos e secretos rascunhos,
sua Esperança,
na sua mais obscena Magnificência. Meu Deus!!


Quase que de um poeta de olhos de gato... para o outro.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Contagens regressivas

Todo mundo acha que tudo começou de novo, mas não.
Aflita e melancólica. Como sempre. Como nunca!
Carência e insegurança. A mesma.
Sinto-me perdida em meio a uma corrente de desamores e falsidade.
Mentiras jogadas ao vento.
Grito, a todos os cantos, o quanto meu rock é puro e minhas palavras venenosas!
Expulso de mim, a pontapés, qualquer sentimento que me faça depender de alguém - em vão.
E voltam a me entupir as paixões avassaladoras e os sentidos aguçados de um viciado.
Olhos trincados.
Sono mal sonhado. Sonhos sem cor e sem sons - os sentidos somem quando eu me vou.
E a ti dedico minhas palavras sujas e mal elaboradas
Por um coração que cospe lágrimas e me soca
toda noite quando me lembro que o amor é mentira
e que mentiras sinceras sempre me interessam!