E a pior parte do romance é quando o amor morre mas fica formigando dentro do seu estômago, ocupando tudo de súbito. É uma tristeza contida, que não tem lágrima nem soluço.
Me pego de volta aos discos que me esperaram esse tempo todo, sem nunca nem se mexerem, fazendo o mesmo sentido que faziam há anos.
Música triste é feito Deus, a gente sempre procura quando tá desesperado.
Es ist ja Wahnsinn, net?
Enjoy it, embrace it, discard it… and proceed.
sexta-feira, 19 de abril de 2013
domingo, 9 de dezembro de 2012
Desespero aos 20 anos.
Passei a vida inteira me imaginando de sobretudo, andando sozinha em Londres com as golas levantadas tentando imitar a cara do Joe Strummer.
Amanhã vou pra lá, cheia de sobretudos na mala e muita dor no coração. Nunca pensei que fosse realizar meu sonho de menina, acho até que é por isso que estou tão desesperada.
Ver seus sonhos se realizando dá um pouco de medo, afinal, o que sonhar depois?
Eu não sei como vai ser daqui pra frente, o quando eu vou mudar, o quanto os outros vão mudar comigo.
Só espero que quando eu volte tenha sol e alguém me esperando.
Amanhã vou pra lá, cheia de sobretudos na mala e muita dor no coração. Nunca pensei que fosse realizar meu sonho de menina, acho até que é por isso que estou tão desesperada.
Ver seus sonhos se realizando dá um pouco de medo, afinal, o que sonhar depois?
Eu não sei como vai ser daqui pra frente, o quando eu vou mudar, o quanto os outros vão mudar comigo.
Só espero que quando eu volte tenha sol e alguém me esperando.
segunda-feira, 1 de outubro de 2012
any given thursday
So I was thinkin' about relationships and about how it pertains to songs about relationships, And uh, I was trying to think, well it occurred to me that the key, I figured out the key to a relationship and how to make it work. Check it out, this is, this is, a tip from your uncle John, check it out. When you first meet somebody, you find out they like you, first of all, a friend of a friend of theirs say, he or she really really likes you, and it kills you, floors you, sends you to the ground, you've got to pick yourself up off the ground; then you get their phone number and you call them up, right, and you say "Yeah, that's a really great phone conversation, can I see you some time?" and then they say this, they say, "I'd like that." Nothing feels better than "I'd like that". So now, your blood pressures' goin, you're six feet off the ground, you can't sleep, because of "I'd like that". So then you hang out for a while, and you call and you talk on the phone all the time, and then you drop the bomb, what feels like the bomb, you say, "You know what, I've been thinkin about you a lot." And she goes, "Ahhhhhhh!" And you go "What happened?" and she goes, "I'm sorry, I just, I just, I just, that's, I've been thinking about you too." Bam. Higher into the sky. But now "I'd like that." Tch. Done. Now you're up to "I'm thinkin about you." Then however number of months pass, it makes you feel comfortable saying it, you say "I gotta tell you something." They go "What?", you go "I'm in love with you." And nothing in the world sounds better than "I'm in love with you." And then maybe she starts crying, or maybe he goes "*gasp*". And all the sudden you're like "I'm in." But now what doesn't work?; "I'd like that." and "I've been thinkin about you." Now we're at "I'm in love with you." Then maybe some day it'll move up to "I love you." Fast forward, now you're like "I love you a lot; I love you more than anything in life." Now "I love you." doesn't work. It's a threshold that keeps movin up. Fast forward, like six months, six weeks, whatever the case may be, now you're on like, "I want to marry you." "I want to impregnate you with my love." "I wanna, I wanna just send my love to you." "Damn it, words don't work anymore." And then you say this line, and you know, you know you've used this line before, "I just wish they'd put a new word in the dictionary bigger than love because love just doesn't describe what I feel." And so now he or she starts askin, "Do you love me?" and you start goin, "Of course I love you." "Well say it." And then it becomes "Say it twice." And it goes "Say it three times." And then, you cross a really interesting point, where all the sudden it becomes "I hate you, I hate you." And you go, "Oh my god she hates me." And now it's like "I hate you more than anything." And then it's like "We're over." And then they go "No we're not." And you go "Yes we are." Now the words completely do not work at all, you're left with nothing. You're throwing punches under water. You're done. You know what the moral of that story is, if there is one. Never, ever, ever, ever underestimate the power of "I'd like that."
terça-feira, 25 de setembro de 2012
Bukowski on love
"Love is kind of like when you see a fog in the morning, when you wake up before the sun comes out. It’s just a little while, and then it burns away… Love is a fog that burns with the first daylight of reality.”
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
sexta-feira, 8 de junho de 2012
se ian curtis morasse em são paulo.
Junho começou chuvoso e eu já estava sentindo falta das tarde nos bares, das mesas na rua, da cerveja gelada no copo mais gelado ainda em meio à paulicéia desvairada correndo sem parar ao redor.
Fazia tempo que os meus vestidos estavam guardados esperando o proximo verão que, também chuvoso, ao menos tinha um solzinho pra esquentar.
Caia um pé d'água tremendo no centro da cidade e os metrôs estavam vazios. Era domingo de manhã, a padaria mais famosa do bairro estava abarrotada de gente pra comprar um pãozinho, enquanto o boteco já tava aberto com coxinhas sendo fritas na hora. Não exitei.
A chuva sessou enquanto eu tomava meu café, e deu pra ir até o metrô sem abrir meu guarda-chuva, que estava mais seco que eu, bem protegido dentro da minha bolsa.
Uma corridinha até as escadas e, ele subia pela escada rolante com uma cara assim, meio manchester dos anos 80, de quem não tinha muito o que buscar, barba que acabou de acordar e um olhar perdido olhando o teto de vidro.
Ele não me viu, devia estar pensando em como ia se proteger da chuva já que nao trazia nenhum guarda-chuva nos bolsos da sua calça de moletom.
Eu fiquei encatada e até parei no meio da escada para observa-lo melhor, aproveitando que não tinha ninguém ao redor pra julgar essa cena meio em camera lenta de quem se apaixona num domingo de manhã, sabendo que amores de domingo de manhã não tem futuro nenhum.
Ele saiu da escada e foi em direção à porta, e se perdeu la fora no meio dos alguns guarda-chuvas pretos que se espalhavam pela maior avenida da região.
Eu desci as escadas pensando em voltar e ir atrás dele, perguntar se gostava de joy division e se queria, um dia, beber umas cervejas comigo e me contar como, por coincidencia, o pós punk também tinha salvado a vida dele.
Parei na escada pela segunda vez, olhei pra trás, vinham pessoas atrás de mim, a escada rolante continuava subindo, abri a bolsa, peguei o guarda-chuva, e pensei que não valia a pena molha-lo.
Continuei descendo as escadas, e pra não passar batido, repensei uma das frases mais famosas da historia para combinar mais com a grande são paulo chuvosa, e escrevi com o dedo na janela não embaçada do metrô: rain, rain will tear us apart, again.
Fazia tempo que os meus vestidos estavam guardados esperando o proximo verão que, também chuvoso, ao menos tinha um solzinho pra esquentar.
Caia um pé d'água tremendo no centro da cidade e os metrôs estavam vazios. Era domingo de manhã, a padaria mais famosa do bairro estava abarrotada de gente pra comprar um pãozinho, enquanto o boteco já tava aberto com coxinhas sendo fritas na hora. Não exitei.
A chuva sessou enquanto eu tomava meu café, e deu pra ir até o metrô sem abrir meu guarda-chuva, que estava mais seco que eu, bem protegido dentro da minha bolsa.
Uma corridinha até as escadas e, ele subia pela escada rolante com uma cara assim, meio manchester dos anos 80, de quem não tinha muito o que buscar, barba que acabou de acordar e um olhar perdido olhando o teto de vidro.
Ele não me viu, devia estar pensando em como ia se proteger da chuva já que nao trazia nenhum guarda-chuva nos bolsos da sua calça de moletom.
Eu fiquei encatada e até parei no meio da escada para observa-lo melhor, aproveitando que não tinha ninguém ao redor pra julgar essa cena meio em camera lenta de quem se apaixona num domingo de manhã, sabendo que amores de domingo de manhã não tem futuro nenhum.
Ele saiu da escada e foi em direção à porta, e se perdeu la fora no meio dos alguns guarda-chuvas pretos que se espalhavam pela maior avenida da região.
Eu desci as escadas pensando em voltar e ir atrás dele, perguntar se gostava de joy division e se queria, um dia, beber umas cervejas comigo e me contar como, por coincidencia, o pós punk também tinha salvado a vida dele.
Parei na escada pela segunda vez, olhei pra trás, vinham pessoas atrás de mim, a escada rolante continuava subindo, abri a bolsa, peguei o guarda-chuva, e pensei que não valia a pena molha-lo.
Continuei descendo as escadas, e pra não passar batido, repensei uma das frases mais famosas da historia para combinar mais com a grande são paulo chuvosa, e escrevi com o dedo na janela não embaçada do metrô: rain, rain will tear us apart, again.
terça-feira, 1 de maio de 2012
1º de maio.
chove-se desesperadamente nos becos sujos.
ri-se timidamente nas esquinas escuras.
ama-se secretamente nos quartos fechados das casas apagadas.
come-se silenciosamente nas mesas de vidro dos restaurantes caros.
dança-se descompassadamente nos pequenos bares cheios de fumaça dos bairros afastados.
toca-se descontroladamente um saxofone grande nas salas de visitas das familias negras dos suburbios.
escreve-se perturbadamente nas máquinas de escrever velhas dos porões dos sobrinhos pobres que moram com as avós.
chora-se amargamente nas escadarias molhadas das vilas velhas das cidades turisticas.
lê-se sofridamente livros escritos por gênios mortos pela bebida amarga das noites de inverno.
anda-se apressadamente nas ruas tristes do centro esquecido.
espera-se esperançosamente pelo sentimento que te salve desse feriado perdido.
ri-se timidamente nas esquinas escuras.
ama-se secretamente nos quartos fechados das casas apagadas.
come-se silenciosamente nas mesas de vidro dos restaurantes caros.
dança-se descompassadamente nos pequenos bares cheios de fumaça dos bairros afastados.
toca-se descontroladamente um saxofone grande nas salas de visitas das familias negras dos suburbios.
escreve-se perturbadamente nas máquinas de escrever velhas dos porões dos sobrinhos pobres que moram com as avós.
chora-se amargamente nas escadarias molhadas das vilas velhas das cidades turisticas.
lê-se sofridamente livros escritos por gênios mortos pela bebida amarga das noites de inverno.
anda-se apressadamente nas ruas tristes do centro esquecido.
espera-se esperançosamente pelo sentimento que te salve desse feriado perdido.
quinta-feira, 29 de março de 2012
Vida
Eu estava apaixonado. Escrevia poemas e gravava cds imaginários pra ela. Ouvia as músicas mais românticas da historia e ensaiava diálogos cheios de amor.
Eu comprava flores e deixava murchando em casa. Escrevia post-its lembrando que todo dia era um dia a menos sem ela. Escolhia os melhores livros para dar de presentes em datas especiais, fazia seleção de restaurantes para almoçarmos juntos aos domingos, baixava filmes pra quando estivesse chovendo sábado a noite.
Comprei camiseta pra ir almoçar na casa dos pais delas, escolhi terno pro casamento da irmã, criei coragem pra avisar os amigos que finalmente eu tinha sido fisgado.
Aprendi a preparar café da manhã, troquei os lençóis do meu apartamento e comprei um quadro dos smiths pra colocar em cima da cama.
Me habituei a lavar a louça e a deixar sempre um prato congelado do freezer, caso ela viesse me visitar de surpresa. Contratei uma mulher pra tirar o pó dos móveis, peguei um tapete bonito com a minha mãe e esvaziei uma gaveta do banheiro.
Joguei fora as toalhas velhas, abria a janela todos os dias de manhã e dei um jeito nas caixas de som que estava chiando.
Organizei os discos na prateleira, limpei o histórico do computador e mudei algumas coisas de lugar.
Troquei as lâmpadas que estavam fracas, comprei gilette nova e cortei o cabelo depois de meses. Me desfiz de algumas playboys pra ela colocar algumas revistas dela, arranjei talheres novos e uma pasta de dente menos forte.
Escolhi sabonetes mais cheirosos, deixei um espaço pro shampoo dela no banheiro e abri as portas do guarda-roupa pra sair o cheiro de mofo.
Agora meu apartamento está iluminado, com cheiro de vida. E ela, ela eu nem sei onde está.
domingo, 25 de março de 2012
O morto, a pizza e o entregador.
A gente tava sentado na calçada, conversando sobre mulher, esperando nossa pizza chegar quando ouvimos dois tiros vindo da direção da padaria. Enquanto a multidão se aglomerava ouvimos o terceiro tiro, e concluímos que esse foi pra terminar o trabalho.
Nossa pizza chegou e o entregador desceu da moto ligada e perguntou da onde vinham os tiros, apontamos pra padaria e ele saiu pra ver o que estava acontecendo, esquecendo de pegar o dinheiro e de entregar o refrigerante.
Fomos em direção a padaria, em busca de uma coca gelada naquele calor típico de sabado às 3 da tarde.
Era difícil passar pela multidão aglomerada, querendo saber quem era o morto, o atirador, querendo saber porque matar um cara num sábado a tarde na frente da padaria do bairro, atrapalhando a rotina dos moradores.
Passamos, segurando a pizza como se fosse nossas vidas, empurrando senhorinhas que aos 80 anos nunca tinham visto um morto e caras que tinham cara de que ja tinham visto vários.
Ao chegar na padaria o sangue escorria pela porta, tivemos que entrar com cuidado, passando por cima do morto sangrando, sem esbarrar em nada pra não dificultar o trabalho dos policiais.
Perguntamos se tinha refrigerante gelado e o cara contando dinheiro atras do caixa levantou a cabeça, apontou pra geladeira e disse que era só pegar.
Pagamos e saimos, os policiais estavam chegando, fecharam a padaria e começaram a espalhar a multidão.
Voltamos pra porta de casa, e o entregador estava lá esperando a gente pra pegar o dinheiro.
Fez algum comentário babaca e saiu com a moto.
Nós entramos em casa pensando que a vida segue, menos pro morto da padaria.
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