Ele era magro demais, tinha bochechas fundas demais, era louco demais; o excesso era seu equilíbrio.
Eram opostos, antíteses, com um segredo em comum. Um segredo quieto, sublime, rastejante, reservado ao vácuo interno de cada um deles.
Possuíam um vazio que julgavam impreenchível e um demônio que os devorava aos poucos.
Ela quase não sorria, ele quase não dormia. Completavam-se distantes.
Olhavam-se em silêncio. Nunca se tocavam. Mas as pessoas percebiam que algo queimava dentro deles quando se aproximavam um do outro... só que nunca chegaram muito perto, com medo de que as faíscas provocassem uma explosão.
Isso faria mais sentido se postado há dois anos atrás,
quando fora escrito.
Hoje, não passa de um resumo de algo verdadeiro
que acabou por deixar de ser platônico.
Irônico, não?
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