Ainda de manhã, com a ultima estrela apontando ao norte de quem olha pra lá, não tenho forças aparentes pra vencer mais um dia.
Caminhar pesado em direção ao destino que parece tão cruel e inexoravelmente premeditado como o próximo acorde.
Nada de novo. Nada novo, nunca.
Mesmas pessoas com suas mesmas caras de poucos amigos e sua efusiva simpatia quando lhes convém.
Dá vontade de gritar e sair correndo em direção ao primeiro buraco que me afaste de toda a hipocrisia presente em cada olho cansado que vaga pelo mesmo caminho que o meu.
Sujeira nas ruas e um pouco de sangue pulsando no lábio quase roxo de frio. Transeuntes desorientados e perdidos, como eu, passam e vão e nunca vem e nunca vêem que na verdade é mais uma ultima manhã de outono que passa correndo pela sua face na brisa sombria de madrugada mal acabada.
Noite mal dormida. Sono mal sonhado. E eu clamo por um descanso.
Um descanso num colo ou numa sarjeta. Um descanso completo.
Clamo por alguém que me tire desse inferno.
Clamo pela volta do sentimento.
Sentimento que foi embora. Que foi lindo. Que foi, amor. Foi, mas volta.
Acredito nisso.
Acredito no sentimento.
Mas estou velha demais para paixões.
2 comentários:
ninguém está velho demais pra isso
- As paixões quase sempre, aparentam ser mais velhas do que você. Paixão é milenar, é clichê.
O oposto pode ser cogitado.
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