sento escorada na porta
trago o cigarro encarando
a escuridao solitária da noite
enquanto o gato, do lado de dentro,
toma com força o leite no pote de vidro.
ele gemeu o dia todo
e olhava pra mim
como quem diz adeus.
Não acredito em quem nao acredita
em gatos.
Ainda encostada na porta
o cigarro queima
chiando o silêncio da noite
enquanto o gato suspira
o suspiro dos que enxergam alem dos olhos de vidro.
É como se ele quisesse
acariciar minha alma
com olhos sempre sonolentos
mesmo às 3 horas da tarde.
O cigarro acaba
eu o jogo no telhado, meu proprio mausoleu de bitucas
e me sinto melhor por ter chorado
a morte precoce do meu pobre gato
charles bukowski nomeado
me fazendo lembrar que ainda me resta um coração.
Um comentário:
oh fuck. meus sentimentos...o pobre Charles foi realmente mto cedo...
Postar um comentário