Pedro resistiu um pouco mas se convenceu a ir a festa no fim das contas.
Paula e seu melhor amigo estavam bêbados há dias e quase perderam o metro.
Sentaram no banco preferencial e recitavam Bukowski, enquanto do outro lado da cidade Pedro passava seu perfume mais caro do que todas as bebidas que Paula havia tomado.
Pedro pegou o carro e saiu pelas ruas da cidade ouvindo Serge Gainsbourg e cantarolando num francês recem-aprendido, enquanto Paula brindava à vida ao subir às escadas em direção à casa da aniversariante desconhecida.
Pedro estacionou o carro e guardou o radio no bolso do casaco, enquanto Paula era apresentada a todos os rapazes da festa como a garota mais legal do pedaço.
Paula atravessou a casa e foi direto à área de fumantes, com um cigarro aceso, cantarolando um de seus clássicos preferidos no começo da noite de sábado.
Pedro chegou no bar e pediu um uísque de inicio. Olhou em volta à procura dos amigos.
Paula tirou o sobretudo e o pendurou na sacada, Pedro ajeitou o chapéu e conversava com o barman.
Um cigarro a mais e um copo de bebida a menos, a noite mal começara e já sentiam falta um do outro. Paula nunca ligava, Pedro nunca atendia.
Pegaram-se pensando nas noites regadas a cerveja ao som de fellini e luzes do godard. Desejaram mais do que tudo não estarem ali; queriam voltar ao quarto pequeno de porta trancada com o brilho do sol do lado de fora.
Pedro procurou Paula na área de fumantes - sabia que era onde ela podia se encontrar. Paula foi atrás de Pedro no bar, seu lugar favorito em qualquer lugar.
Na festa de Pedro tocava pós-punk, na de Paula um hit pseudo-popular. O destino não queria junta-los de novo e por sorte eles sabiam que era assim que devia ser.
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