quarta-feira, 11 de junho de 2008

prévio

É como se tudo desmontasse. Um quebra-cabeça de possibilidades e nãos. O dia nasce e morre e com ele vão embora pedaços meus.
Amanhã é mais um, mais outro, sozinho e nebuloso, errado, rastejante, pífio.
Num universo repleto de caminhos, eu sempre escolhi o que me levou pro pior e melhor lado da vida. A vertente grata, seca, escorregadia. O muro de concreto amarelo. O arco-iris de quantas cores eu quisesse. A dor que acalmava, o sorriso que afligia. As mãos mais doces, os beijos mais macios e então, por fim, a desilusão e o amor, que andam juntos - paralelos - pra sempre, ou pra nunca.
Não tenho onde anotar meu recortes sangrados, muito menos onde guardar meus desejos não realizados. Só me restam a memória e as águas, os olhos frígidos e o semblante cansado. Me restam poucos momentos de paz diante de semanas inteiras de caos.
Cacos. Barulho. Ressurreição.
E musgos nascem onde outrora brilhava alguma luz.

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