Se conheceram por acaso; assim mesmo, sem querer. Nada de amigos em comum, ou pais que se conhecem. Foi num cruzamento; semáforos, buzinas, luzes e um esbarrão.
- Opa, me desculpe!
-Não foi nada, querido. Isso acontece sempre.
Ela seguiu, ele a seguiu.
-Você deixou, ou, eu fiz cair isso.
-Nossa, obrigada. Não podia perder essas folhas de jeito nenhum.
-Não há de que.
Um sorriso bonito e olhos fantasmagóricos. Ele estava apaixonado e ela, atrasada.
Eduardo queria saber de onde surgiu tanta beleza sutil. Luiza queria saber onde enfiou o maldito celular.
Ele passou o dia todo lembrando do rosto mais bonito que ja vira, fazendo de tudo pra não esquecer cada detalhe.
Ela acendeu um cigarro, 3 tragos e ele foi ao chão. Era lei: acenda o cigarro e o ônibus chega.
O rapaz passava todo dia pelo cruzamento, alimentando a esperança quase que inútil de reconhecer o rosto da amada no meio de um verdadeiro mar de gente.
Depois de alguns dias ele avista os cabelos ruivos de verdade, e corre ao encontro da desconhecida.
Um batidinha de leve no ombro esquerdo; uma cara de espanto; depois um sorriso, depois um beijinho e um "oi" todo simpático.
e com a voz tímida, ele consegue balbuciar:
-Não me disse qual teu nome.
-Lu, Lu de Luiza. E o seu?
-Eduardo, só.
-Que coincidência, a gente aqui, de novo.
-Pois é. Sorte minha poder ver-te, de novo.
Ela ficou vermelha, e deu o sorriso bobo mais sincero da grande São Paulo.
Ele esperou alguma atitude, ela não o fez; Só disse que estava atrasada e que não podia conversar mais.
Saiu a passos rápidos. Ele gritou. Ela olhou.
- Eu te amo!
- Não foi nada, querido. Isso acontece sempre.
Um comentário:
encontros fabricados.
Luizas e Eduardos.
sempre que acendo o cigarro o busão chega mesmo.
saco isso.
kd meu Eduardo?
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