quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

indo

Faz tempo que eu não enxergo as coisas como deveria.
Tudo parece pouco. Tudo parece roxo como a saudade.
O amanhecer é laranja, rosa, azul. Mas faltou o verde.
Da janela observo; sigo sem me movimentar, assistindo aos espetáculos psicodélicos proporcionados pela aurora tardia.
Sorrio, ao nada, ao tudo, aquele sorriso de canto, aquele sorriso de satisfação; rapidamente escondido pela preocupação de perder o que me resta.
Memória ruim. Agora já não me lembro do arrebol detalhadamente.
Só consigo lembrar dos meus sonhos purpureos. Dos meus sonhos desaparecidos.
Só consigo lembrar da saudade e dos teus olhos.
Eles combinam.

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