Chuva que não pára. Só pinga.
E é sábado.
Um sábado sem céu azul na janela, sem sol queimando os olhos, sem refrigerante no canudinho ou algo que o valha.
É só um sábado a mais... ou um dia a menos. Você não escolhe, só existe. Passa pensando que vive.
Eu tô aqui, trancada no quarto, diante de uma folha de sulfite e de uma caixa de "ecolápisdecor" com 24 opções diferentes e eu só queria usar o verde. O verde pra pintar uns olhos; mas ele sempre vem acompanhado do roxo, a cor da saudade... ah! E eles combinam tanto, tanto que até machuca.
Também existe um livro do burroughs e outro do kerouac... e eu não consigo criar. Não consigo. Simples e doído assim. Sem conseguir.
Escolho o branco pra rabiscar sem se ver. Rabisco. Nada. Ainda grito por dentro, um grito azul, azul como devia ser o céu nesse sábado cinza.
O vermelho não me lembra sangue e o preto me lembra café.
Eu observo com olhos tristes e violetas um dia que devia ter um arco-íris, mas é como se todos os lápis estivessem sem ponta. E estão.
Pontiagudo, aqui, só o som.
O som das gotas lá fora... traçando meu dia numa folha de papel, onde a unica cor que funciona é a cor da chuva... a cor transparente do nada que sinto agora.
Um comentário:
"a cor transparente do nada que sinto agora."
tem um marca-texto?
lindo, lindo!
e nem me fale de amor casual. não tenho mais paciência. haha eu quero mais e mais. fazer oq?
:)
Postar um comentário