terça-feira, 24 de junho de 2008
falando mal sobre o cocô da vespa
Percorro caminhos libidinosos sempre a procura de algo que me faça mal. Substituo palavras e finjo conjecturas. Adormeço em poças de sangue e sonho com crueldades mortas. Lembro-me de sombras esguias e lamento a pureza dos sentidos. Engulo partes inteiras de fragmentos de um inverno passado e mastigo pouco os pedaços de língua a mim destinados. Quebro costelas e aspiro pulmões ocos. Sangro sorrisos machucados e observo - quieta - o grande caos no qual me encontro. Mergulho nas madrugadas insanas e escuras que estendem-se pela eternidade de umas horas e sofro por antecipação. Eu lamento minha desesperança genuína em frente aos demônios que escorrem pelas janelas da alma de outrem e derreto meus projetos desfigurados pela luz púrpura do neon que brilha no letreiro da esquina. Sigo, a passos rápidos, os gatos de rua que são mais sinceros que qualquer outro e rastejo entre as verdades cuspidas pelos pobres de espírito. choro lágrimas doidas quando o sol desaparece no meu interior e abandono qualquer sintoma de saudade. Bebo doses pesadas de amores vazios e injeto um pouco de ar doce em minhas veias.
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Um comentário:
- As noite são assim. O vazio enche o quarto.
Um copo vazio. (para que possamos enchê-lo com as sensações cheias de "vazio").
Gosto da sua Literatura. Ela me dá saudade de mim.
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