O sangue escorre pelas veias azuis que intensificam a palidez dos meus braços me deixando mais vulnerável mesmo que involuntariamente.
Com ele, passam os dias e os amores e só restam dúvidas pairando, sorumbáticas, no feixe de luz que invade o quarto pela janela numa manhã clara e aconchegante de quarta-feira pós-transtorno.
Palmas avançam tomando conta de todo o espaço que tem cheiro de tabaco queimado e café esfriando.
Não há viv'alma além de mim por aqui, mas ouço respirações vindas de outros corpos, mas talvez só seja efeito de tantos copos; eu não me importo agora.
Preciso de um pouco de certeza pra poder continuar sem tropeçar nas minhas próprias escolhas tortas que parecem justificar o caminho que segue a vida lamuriosa na corda bamba do destino.
Minha vida não tem guarda-chuva para se equilibrar, nem grandes feitos dos quais lembrar, nem mesmo um alicerce pra se apoiar.
E é quando o outono começa que percebemos o quão sozinhos estamos.
E as coisas parecem piorar quando há sol, vento, amor e saudade.
Um comentário:
toda a vida é incerta
vc nao pode depender de certezas para viver
arrisque-se porque só assim você pode viver intensamente
nao posso prometer q nao doa... mas digo q vc se arrependeria de ficar parada
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