terça-feira, 27 de novembro de 2007

Olmo

A lua, também, não tem pena de mim: me arrastaria
Cruelmente, sendo estéril.
Seu esplendor me fere. Ou talvez eu a tenha pego.

Eu a deixo fugir. Eu a deixo fugir
Minguada e chata, como se depois de uma cirurgia radical.
Como seus pesadelos me possuem e me adornam.

Sou habitada por um grito.
Toda noite ele voa
À procura, com suas garras, de algo para amar.

Tenho medo desta coisa escura
que dorme em mim;
O dia todo sinto seu roçar suave e macio, sua maldade.

Nuvens passam e dispersam.
São essas as faces do amor, pálidas, irrecuperáveis?
É por isso que agito meu coração?

Sou incapaz de mais conhecimento.
O que é isto, esta face
assassina em seus galhos sufocantes? ---

Seus venenosos ácidos sibilam.
Petrifica o desejo. Estes são os erros, isolados e lentos
Que matam, matam, matam.

Sylvia Plath

Um comentário:

Anônimo disse...

olmo é uma árvore que curioso.

achei que você tivesse escrito isto.
achei mesmo.

você anda tão Isabella ultimamente.