quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

um resumo e algum tipo de reflexão babaca sobre o que tem de vir a ser

Eu me isolei, parece que não queria me comprometer, me assumir. Para estar em disponibilidade, poder largar tudo a qualquer momento e fugir. Desde moço tenho esta necessidade. Estar pronto para partir. Não querer nunca o mesmo lugar, renovar-se incessantemente. Escapar de tudo, desprender-se, me atirar, para longe. Encontrar um lugar onde ninguém me encontrasse.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

solidão

Depois de ficar muito tempo sozinho
Trancado no quarto
Lendo um bocado de livros
de autores já mortos
Você começa a enlouquecer.

Encontra Bukowski no metro,
Kerouac no café,
Salinger na banca de jornal
Quando na verdade, esses mesmo caras
nem sair de suas casas saiam

E então você volta pro seu quarto
Fecha a porta e abre as janelas
e começa a escrever
Sentindo-se inspirado
por respirar o mesmo ar
de caras que se foram antes mesmo de você
nascer

E é assim que se sabe quando se enlouquece
quando você acha que pode
dar de cara com seus super-heróis
quando, na verdade
tudo o que você tem
é a sua solidão.

para 2011:

Uma roda girando, sem sair do lugar. Produzindo o quê? O vazio. Moto-continuo.. Funcionaria a vida inteira, sem parar. A menos que alguém interrompesse. Se ninguém impede, as coisas continuam, eternizadas. É preciso intervenção, que alguém se interponha, se transforme em obstáculo à repetição.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

we're gonna live forever

Maybe I don't really want to know
How your garden grows
'Cause I just want to fly
Lately, did you ever feel the pain?
In the morning rain
As it soaks it to the bone?

Maybe I just want to fly
I want to live, I don't want to die
Maybe I just want to breathe
Maybe I just don't believe
Maybe you're the same as me
We see things they'll never see
You and I are gonna live forever

Maybe I will never be
All the things that I want to be
But now is not the time to cry
Now's the time to find out why
I think you're the same as me
We see things they'll never see
You and I are gonna live forever

domingo, 19 de dezembro de 2010

for the "writers"
“The outer mind is like the surface of the sea. On the surface, the sea is full of waves and surges … But when we dive deep below, the same sea is all peace, calmness and quiet, and there we find the source of creativity.”

Sri Chinmoy

não verás país nenhum:

Cada momento era uma antecedência. Uma espera que se substituia infinitamente. viviamos na ansiedade pela ocasião que haveria de chegar.
quando o dia se acabava, a esperança nascia outra vez. Aguardavamos os instantes que fariam o dia seguinte repleto. Vazio.

sábado, 11 de dezembro de 2010

I've got issues with my sleep; Looks like Christmas came early, Christmas came early for me.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

sempre achei que o amor, que o grande amor fosse incondicional. Que quando houvesse um grande encontro entre duas pessoas tudo pudesse acontecer… Porque se aquele fosse o grande amor, ele sempre voltaria triunfal… Mas nem todo amor é incondicional… Acreditar na eternidade do amor é precipitar o seu fim. Porque você acha que esse amor aguenta tudo, então de um jeito ou de outro você acaba fazendo esse amor passar por tudo…. Um grande amor não é possível. E talvez por isso é que seja grande – para que nele caiba o impossível.

domingo, 5 de dezembro de 2010

o adeus ao meu pequeno Bukowski.

sento escorada na porta
trago o cigarro encarando
a escuridao solitária da noite
enquanto o gato, do lado de dentro,
toma com força o leite no pote de vidro.

ele gemeu o dia todo
e olhava pra mim
como quem diz adeus.
Não acredito em quem nao acredita
em gatos.

Ainda encostada na porta
o cigarro queima
chiando o silêncio da noite
enquanto o gato suspira
o suspiro dos que enxergam alem dos olhos de vidro.

É como se ele quisesse
acariciar minha alma
com olhos sempre sonolentos
mesmo às 3 horas da tarde.

O cigarro acaba
eu o jogo no telhado, meu proprio mausoleu de bitucas
e me sinto melhor por ter chorado
a morte precoce do meu pobre gato
charles bukowski nomeado
me fazendo lembrar que ainda me resta um coração.

the smiths again

But don't forget the songs
That made you smile
And the songs that made you cry
When you lay in awe
On the bedroom floor

The passing of time
And all of its crimes
Is making me sad again
The passing of time
And all of its sickening crimes
Is making me sad again

But don't forget the songs
That made you cry
And the songs that saved your life
Yes, you're older now
And you're a clever swine
But they were the only ones who ever stood by you
I'm here with the cause
I'm holding the torch
In the corner of your room
Can you hear me?
And when you're dancing and laughing
And finally living
Hear my voice in your head
And think of me kindly

sábado, 4 de dezembro de 2010

primeiro sábado de Dezembro

sai pra dar um trago
me escondendo da garoa
fina que caia
observando o rato
correndo no telhado do vizinho

a noite estava agradável demais
meu cabelo molhou
e o rato corria
pra lá e pra

e minhas únicas companhias eram o cigarro
e o pequeno corredor roedor

e o que mais me
incomodava
era o fato de ser sábado
a noite
e eu não tinha com quem conversar
e o rato passeava mais vivo que eu
no telhado onde meu gato passa todos os dias
com chuva ou sem
sem falhar
e sem matar
o pequeno rato
que corria
mas ele não era mais rápido
que o cigarro que queimava
que a garoa que caia
que meu pulmão morrendo
na noite não fria
de Dezembro perdido