Não vejo a hora de estar completamente livre de novo e pegar tudo que tenho e fugir pruma vida tranquila em algum ponto do mundo - que, por mero detalhe, não precisa ser muito longe daqui, mas, sim, longe de todas essas pessoas invejosas de coração ruim que vêem na destruição dos outros sua mais pura fonte de felicidade.
Vou fugir e acampar em algum bar com luz suficiente pra eu ler alguma coisa enquanto tomo uma birita e converso com os garçons, que, segundo jack kerouac, são as únicas pessoas com as quais devemos trocar ideia durante nossa viagem ao infinito escondido em algum lugar.
Vou pedir alguns copos de bebida e gastar meus últimos tostões naquelas maquinas de livros de bolso e andar por aí sem pretensão alguma só esperando amanhecer e amanhecer e amanhecer outra vez.
quero deitar e observar o arrebol e cantar pra ninguém ouvir e sentir a grama e poder olhar as estrelas tão limpas quanto eu e conversar com a lua indiferente e encontrar pessoas interessantes e outras nem tão interessantes assim, mas em momento algum tentar me aproximar delas.
Não quero me aproximar de nada nem de ninguém a não ser do meu espírito e poder lançá-lo ao universo tão puro quanto ele veio.
Eu vou seguir caminho pelas ruas e vou parar em cada esquina e torcer pra que eu consiga chegar ao outro lado, um lance paranóico meio holden caulfield meio eu mesma.
Vou a bibliotecas publicas e recitar livros de poesia em voz baixa às estantes e às crianças que são as únicas que entendem.
Preciso que o sangue escorra. Preciso que o brilho brote.
Preciso ser livre.
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