terça-feira, 5 de agosto de 2008

lapso

Senti teu cheiro hoje; de raspão. Foi o bastante pra me torcer as entranhas e me fazer querer me jogar nos teus braços e lembrar como era bom ter o pra sempre ao nosso lado, tão perto e certo e curto como um sonho bom.
Sete horas da manhã: cazuza - o nosso amor a gente inventa - um cigarro quase no fim (mais três), sem fogo, com frio. Impossível não associar.
Agora parece que somos duas daquelas retas paralelas que se esbarram no infinito, no encontro que acontece frágil entre os eternos e os efêmeros; aquela linha tênue que divide tudo, o escárnio e o beijo, o catarro e a placidez, o amor e o impossível.
É terça-feira, todos os meus amigos voam e eu quero morrer! Decepções e um café amargo pra completar alguma outra santíssima trindade com o metade bossa nova e metade rock'n'roll do meu espírito vadio.
Descobri que romances ainda existem, por mais que eu tenha me tornado banal e fútil. Sacana e irônico esse destino que se rompe num amanhecer cinza e embaçado de inverno.
Insanidade e complacência dividem minutos sem fim das minhas horas mal traçadas como essas linhas. Linhas tortas que aqui soam menos retas que o caminhar de um bêbado louco, equilibrista, de chapéu coco, brincando na guia, almejando a sarjeta, observando as estrelas.
Eu tenho as mãos bambas e um dia inteiro pela frente... e eu não vou desistir porque o infinito está próximo, consequentemente o encontro entre paralelos também, espero.
Um fim, uma boa tragada, quem sabe um beijo - e meu coração de chocolate, inteiro, de novo.

isa

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