E naquela noite de dia dos namorados
a gente bebia um pouco de vinho
e lia uns pedaços de livro
em meio a lençois sujos de um quarto imundo.
naquela noite os lençois completavam uma semana.
e então deitavamos bebados
de sorriso vermelho
e olhavamos pra cima imaginando o céu
por tras do teto mofado
de mãos dadas
e uma cortina de fumaça de marlboro vermelho
subia entre a gente.
e ele sumia.
sumiu por dias, meses
até voltar com as costas bonitas
e me tomar com paixao
no mesmo quarto com lençois diferentes
com a mesma cara lavada de quem
faz pouco caso de momentos memoraveis
e eu o amava.
o amava como nunca havia amado alguem
e amava o mofo no teto
e as estrelas que nao existiam
e vendia minha alma
até ele sumir outra vez.
e eu o espero voltar
pra dizer que arranjei outro
com um pau bem maior que o dele.
Nenhum comentário:
Postar um comentário