quinta-feira, 20 de maio de 2010

foda-se e

Compre uma calça nova, tome café com açúcar, abra uma garrafa de vodka às 9 da manhã, coma Bacon, jogue futebol na rua embaixo do sol, lave menos o cabelo, transe sem compromisso, dê risada, fale cuspindo, fique bêbado numa quarta-feira, discuta, escute o melhor disco de todos os tempos, invente um sotaque pro seu inglês, sinta o vento invadindo os olhos, durma mais, crie regras, contracene, faça um bolo de haxixe, fume cigarros de filtro vermelho, coloque a língua pra fora enquanto corre, colecione marca-páginas, chore quando seu time perder, conte historias, minta sobre seu passado, baixe tom waits, assista 7 seriados de uma vez, alugue clássicos, corte o céu da boca com bala, use camisinha com sabor, entorne cerveja no teclado do seu computador, deixe de pagar alguma conta, faça um brinde com copo de plástico, estude música erudita, toque baixo, aumente o volume, bata palmas pras montanhas, converse com o garçom, arranje um apito, imagine seu futuro, desobedeça as leis, falsifique seu rg, beba groselha, cheire alecrim, plante maconha no seu quintal, leia bukowski.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Love will tear us apart

When routine bites hard
And ambitions are low
And resentment rides high
But emotions won't grow
And we're changing our ways
Taking different roads

Then love, love will tear us apart, again
Love, love will tear us apart, again

Why is the bedroom so cold?
You've turned away on your side
Is my timing that flawed?
Our respect runs so dry
Yet there's still this appeal
That we've kept through our lives

But love, love will tear us apart, again
Love, love will tear us apart, again

You cry out in your sleep
All my failings exposed
And there's taste in my mouth
As desperation takes hold
Just that something so good
Just can't function no more

But love, love wil tear us apart, again
Love, love will tear us apart, again
Love, love will tear us apart, again
Love, love will tear us apart, again

Joy Division

RIP IAN CURTIS

uma viagem antes de ir

Acordara sedenta diante do laranja da parede um pouco furada. O relógio marcava as horas, os minutos - e a respiração dela, os momentos.
Lembrava vagamente da noite anterior. Olhou pro lado depois de sonhar com o amor da sua vida a madrugada inteira e quase chorou ao ver que o mesmo não se encontrava.
Levantou e arrastou-se até a escrivaninha. Ligou o radio e deixou rolar algo que lembrava nat king cole enquanto colocava uma dose de whisky no copo de plástico.
Bebeu tudo. De uma vez. E pensou em voltar pra cama.
O barulho do relógio a despertou e ela desceu as escadas procurando um pouco de agua. O copo, sem whisky, jazia em suas mãos um tanto brancas demais.
Apoiou-se nas paredes até chegar à porta.
Saiu andando procurando viv'alma que lhe tirasse o gosto de ressaca da boca. Não encontrara ninguém e voltava pra casa quando deu de cara com o grande rapaz de olhos verdes e sorriso manso que lhe oferecera um cigarro.
Recusou dizendo que estava atrasada para um encontro no seu quarto - com o velho 12 anos - mas logo em seguida aceitou o fumo e ficou pra mais uma viagem antes de ir.
Seus olhos se fecharam. Havia sangue neles... e estavam pesados.
Quando despertou, olhou pro lado e sorriu ao ver que o amor de sua vida encontrava-se ao seu lado e a garrafa ainda estava pela metade na escrivaninha.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Mais um

Tinha um grupo de pessoas reunidas novamente no mesmo lugar de sempre; e eu - como sempre - passei por elas. Mas dessa vez fingi não ver, pra não remoer memórias e fazer vir à tona aquele borbulhão incontrolável de querer viver as coisas do passado.
Era um sábado frio e enquanto garotas de família iam à missa, eu caminhava por entre os drogados jogados e sujos que buscavam na noite seu mais fiel - e efémero - refúgio.
Todos os rostos no lugar, por mais desconfigurados que estivessem, me eram familiares. Todos de pessoas intensamente encantadoras estando sóbrias ou não.
E então existiam as garotas passando drogas em sacola de super mercado, algumas carregando crianças dentro de si, de todas as formas imagináveis e rapazes que ha tempos faziam parte de mim e toda uma cúpula de inveterados que resistiam simplesmente por nao ter força.
Nada de lágrimas; noites de sábado são sempre muito animadas - e feias quando você vê de perto. E no meio de toda aquela multidão sem esperança existem poetas, velhos conhecidos, pessoas de bom coração e alguns que não tem nem vida.
Mas tudo aquilo acabou num domingo sonolento, quando a voz me dizia que eu estava no paraíso. Então eu sai à rua, entrei na livraria e carreguei comigo um livro do Kerouac... pra achar um pouco de poesia em meio ao caos.

sábado, 1 de maio de 2010

My kind of lover

What I meant to say, two times since yesterday.
Why won't you understand there's another way?
All you need to know, is if you didn't go,
I would feel the same, maybe even more.
Oh, I think it's a sign that all of the time
though you left me behind, you're still on my mind.
Well you've been gone for so long,
but I keep hanging on until you tell me I'm wrong.
If you'd only be lying here with me
then I'm sure you'd know, then I'm sure you'd see
there's a place for us, at least I think there was.
If the story says, and I think it does.
You're just my kind of lover
You're just my kind of lover.

Locksley