domingo, 3 de abril de 2011

o desespero da sobriedade ou como querer fugir sem ter pra onde

Eram quase 23h de um sábado - que até agora não sei se foi perdido ou não.
O metrô para e 4 policias invadem o vagão, à procura de alguém.
Eu não tinha ingerido uma gota de álcool, e só queria ir embora logo. As pessoas olhavam umas pras outras, sem respirar, como se todas estivessem escondendo algo. Estou com um pouco de nojo do ser humano, é verdade, mas ontem atingiu o ápice.
Os policiais liberaram o vagão, e as pessoas respiraram aliviadas quando a voz anunciou a próxima estação. Meus olhos estáticos me encarando no vidro da frente, e um senhor careca, em pé, me encarando de cima.
Eu desci correndo, meus pés molhados e a esperança de chegar a tempo de fumar um cigarro. Parei embaixo de um toldo, com o motorista do onibus, o cobrador e um outro rapaz, que estava lendo as cronicas de narnia e fumava marlboro light. Foram as melhores pessoas que encontrei em muito tempo.

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