Eu gosto daquele cheiro.
Pois é; eu sempre gostei.
O cheiro do som dos passos. O cheiro da cor do céu. O cheiro da eternidade latente nos olhos. O cheiro do gosto da dor que emana das entranhas e envolve os músculos e todo o resto.
Eu sempre gostei da noite. Sempre gostei de me auto-destruir aos muitos. Gosto do sangue escorrendo da boca, da fumaça saindo do nariz, da luz invadindo os poros.
Eu gosto daquelas palavras. Gosto de sentir tudo que elas são capazes de realizar, gosto de vê-las saindo da goela e se alastrando pelos meus ouvidos atiçando as borboletas do meu estômago.
Sempre gostei de abraços fracos por só saber doar os mesmos. Sempre gostei de ossos se apertando e de rapazes estreitos por serem os únicos que cabem.
Sempre gostei de força nos olhos e delicadeza nas mãos. Gosto de saliva quente e tinta, de suor salgado e de lágrima doce cheirando a gim.
Eu gosto daqueles pêlos ausentes e daqueles erupções. Gosto da barba mal feita e da pele lisa. Sempre gostei de muita coisa ao mesmo tempo.
Só não me venha com decepções e desculpas e promessas. Mentiras sinceras eu aceito... porque eu sempre gostei.
domingo, 29 de junho de 2008
quinta-feira, 26 de junho de 2008
Blues do Purgatório
Eu achei que precisasse de redenção, mas deixei esse pensamento pra lá.
Acho que vou diminuir os meus fracassos e usar meus truques num show de mágica.
Você faz o tempo girar e se cansa de tanto esforço e eu quero encontrar um bom homem, mas ao invés disso eu me contento com o que aparecer.
Entre e dê seus lances baratos... E não é assim que a vida realmente é? Uma seqüência de NÃOS?
Os deuses rirão quando você achar que já encontrou a sua parte e levarão tudo embora.
Não existem inocentes de verdade, não importa de qual lado você esteja. É um caminho sujo até o Paraíso, querido, e ele sempre vai te fazer tomar a direção errada.
Coloque as suas mãos onde eu possa vê-las. Coloque suas mãos perto das minhas.
Eu queria algo em que acreditar antes de ser dominada pela mentira!
Entre e dê seus lances baratos... não é assim que a vida realmente é? Uma seqüência de lances baratos?
E você dá tudo o que tem! Você sempre dá tudo o que tem e os deuses rirão quando você achar que já encontrou a sua parte e levarão tudo embora. Eles levarão tudo embora, seu tolo. Eles levam, sempre levam tudo embora....
Acho que vou diminuir os meus fracassos e usar meus truques num show de mágica.
Você faz o tempo girar e se cansa de tanto esforço e eu quero encontrar um bom homem, mas ao invés disso eu me contento com o que aparecer.
Entre e dê seus lances baratos... E não é assim que a vida realmente é? Uma seqüência de NÃOS?
Os deuses rirão quando você achar que já encontrou a sua parte e levarão tudo embora.
Não existem inocentes de verdade, não importa de qual lado você esteja. É um caminho sujo até o Paraíso, querido, e ele sempre vai te fazer tomar a direção errada.
Coloque as suas mãos onde eu possa vê-las. Coloque suas mãos perto das minhas.
Eu queria algo em que acreditar antes de ser dominada pela mentira!
Entre e dê seus lances baratos... não é assim que a vida realmente é? Uma seqüência de lances baratos?
E você dá tudo o que tem! Você sempre dá tudo o que tem e os deuses rirão quando você achar que já encontrou a sua parte e levarão tudo embora. Eles levarão tudo embora, seu tolo. Eles levam, sempre levam tudo embora....
terça-feira, 24 de junho de 2008
falando mal sobre o cocô da vespa
Percorro caminhos libidinosos sempre a procura de algo que me faça mal. Substituo palavras e finjo conjecturas. Adormeço em poças de sangue e sonho com crueldades mortas. Lembro-me de sombras esguias e lamento a pureza dos sentidos. Engulo partes inteiras de fragmentos de um inverno passado e mastigo pouco os pedaços de língua a mim destinados. Quebro costelas e aspiro pulmões ocos. Sangro sorrisos machucados e observo - quieta - o grande caos no qual me encontro. Mergulho nas madrugadas insanas e escuras que estendem-se pela eternidade de umas horas e sofro por antecipação. Eu lamento minha desesperança genuína em frente aos demônios que escorrem pelas janelas da alma de outrem e derreto meus projetos desfigurados pela luz púrpura do neon que brilha no letreiro da esquina. Sigo, a passos rápidos, os gatos de rua que são mais sinceros que qualquer outro e rastejo entre as verdades cuspidas pelos pobres de espírito. choro lágrimas doidas quando o sol desaparece no meu interior e abandono qualquer sintoma de saudade. Bebo doses pesadas de amores vazios e injeto um pouco de ar doce em minhas veias.
Seção:
dia a dia,
dúvidas em demasia,
frio e vazio.,
loucura
quarta-feira, 18 de junho de 2008
Ironia do Destino
Esse irmão inconstante do acaso anda pregando muitas peças em mim.
A Lua cheia, alta e imponente, parece não brilhar tanto quanto naquelas outras noites... e meu sorriso foi embora.
A Lua cheia, alta e imponente, parece não brilhar tanto quanto naquelas outras noites... e meu sorriso foi embora.
terça-feira, 17 de junho de 2008
um trecho de Bukowski
"(...) Os cortiços eram lugares nojentos. A vida das pessoas sãs, dos homens comuns, era uma estupidez pior do que a morte. Parecia não haver alternativa. A educação também parecia uma armadilha. a pouca educação que eu tinha me permitido havia me tornado ainda mais desconfiado. O que eram médicos, advogados, cientistas? Apenas homens que tinha permitido que sua liberdade de pensamento e a capacidade de agir como indivíduos lhes fosse retirada. Voltei para meu barracão e enchi a cara."
domingo, 15 de junho de 2008
It's all about
E então viviam mesmo um conto de fadas; repleto de mentiras e vilões. Mas eles se amavam. Ela buscava refugio em outros corpos; ele, em outros copos. Cada dia era uma. Cada dia era um. Mas eles se amavam, e essa era a única certeza que tinham. E sabiam que isso seria pra sempre.
Faço minhas as palavras dele
Dizem que tô louco
Por te querer assim
Por pedir tão pouco
E me dar por feliz
Em perder noites de sono
Só pra te ver dormir
E me fingir de burro
Pra você sobressair
Dizem que tô louco
Que você manda em mim
Mas não me convencem, não
Que seja tão ruim
Que prazer mais egoísta
O de cuidar de um outro ser
Mesmo se dando mais
Do que se tem pra receber
E é por isso que eu te chamo
Dizem que tô louco
E falam pro meu bem
Os meus amigos todos
Será que eles não entendem
Que quem ama nesta vida
Às vezes ama sem querer
Que a dor no fundo esconde
Uma pontinha de prazer
E é por isso que eu te chamo.
Por te querer assim
Por pedir tão pouco
E me dar por feliz
Em perder noites de sono
Só pra te ver dormir
E me fingir de burro
Pra você sobressair
Dizem que tô louco
Que você manda em mim
Mas não me convencem, não
Que seja tão ruim
Que prazer mais egoísta
O de cuidar de um outro ser
Mesmo se dando mais
Do que se tem pra receber
E é por isso que eu te chamo
Dizem que tô louco
E falam pro meu bem
Os meus amigos todos
Será que eles não entendem
Que quem ama nesta vida
Às vezes ama sem querer
Que a dor no fundo esconde
Uma pontinha de prazer
E é por isso que eu te chamo.
quarta-feira, 11 de junho de 2008
prévio
É como se tudo desmontasse. Um quebra-cabeça de possibilidades e nãos. O dia nasce e morre e com ele vão embora pedaços meus.
Amanhã é mais um, mais outro, sozinho e nebuloso, errado, rastejante, pífio.
Num universo repleto de caminhos, eu sempre escolhi o que me levou pro pior e melhor lado da vida. A vertente grata, seca, escorregadia. O muro de concreto amarelo. O arco-iris de quantas cores eu quisesse. A dor que acalmava, o sorriso que afligia. As mãos mais doces, os beijos mais macios e então, por fim, a desilusão e o amor, que andam juntos - paralelos - pra sempre, ou pra nunca.
Não tenho onde anotar meu recortes sangrados, muito menos onde guardar meus desejos não realizados. Só me restam a memória e as águas, os olhos frígidos e o semblante cansado. Me restam poucos momentos de paz diante de semanas inteiras de caos.
Cacos. Barulho. Ressurreição.
E musgos nascem onde outrora brilhava alguma luz.
Amanhã é mais um, mais outro, sozinho e nebuloso, errado, rastejante, pífio.
Num universo repleto de caminhos, eu sempre escolhi o que me levou pro pior e melhor lado da vida. A vertente grata, seca, escorregadia. O muro de concreto amarelo. O arco-iris de quantas cores eu quisesse. A dor que acalmava, o sorriso que afligia. As mãos mais doces, os beijos mais macios e então, por fim, a desilusão e o amor, que andam juntos - paralelos - pra sempre, ou pra nunca.
Não tenho onde anotar meu recortes sangrados, muito menos onde guardar meus desejos não realizados. Só me restam a memória e as águas, os olhos frígidos e o semblante cansado. Me restam poucos momentos de paz diante de semanas inteiras de caos.
Cacos. Barulho. Ressurreição.
E musgos nascem onde outrora brilhava alguma luz.
quinta-feira, 5 de junho de 2008
fragmento de um dia
A Lua me seguia lá do alto, exibindo um sorriso amarelo como de quem está triste sem querer mostrar. Parecia estar tentando dividir sua dor com qualquer alma que lhe encarasse com um brilho no olhar.
Numa noite estrelada, o faixo de lua era um coadjuvante sozinho e esquecido. Cansada de existir.
Mas mal sabia ela, pobrezinha, que mais triste era eu... por não ter nem quem seguir.
* Vida Louca, Vida Intensa. Uma viagem pela contracultura
SESC Pompéia, até 22 de junho.
Numa noite estrelada, o faixo de lua era um coadjuvante sozinho e esquecido. Cansada de existir.
Mas mal sabia ela, pobrezinha, que mais triste era eu... por não ter nem quem seguir.
* Vida Louca, Vida Intensa. Uma viagem pela contracultura
SESC Pompéia, até 22 de junho.
domingo, 1 de junho de 2008
Sem saber
Meu coração, outrora flamejante, cheira a tabaco mastigado e cuspido. Um tanto lírico e melancólico, risonho e molhado; sádico. Bizarro. Espirra um show de horrores e vomita minhas entranhas em olhares desvairados ao mundo e aos meus.
Minhas mãos tremem mais que as folhas em noites tempestuosas, um tanto abstinentes e sensuradas, com unhas em vermelho-sangue-pisado à procura de costelas quentes e duras, que hoje são mais distantes que o céu que nem parece tão infinito sem estrelas.
Nuca nua e tempo acelerado - que me deixa pra trás, sedenta por uma língua. Mendicante. Olhos vidrados, trincados, exangues. Respiração ofegante que me lota de expectativa num dia frio e atemporal, um tanto umido também, onde a menor faísca de esperança é um mero detalhe.
As cores soam triste e vazias e meus amores nem ruídos têm mais.
Nada a fazer. Ou muita coisa. Vai saber...
Talvez seja só esperar, respirar e seguir. Talvez seja só desistir.
Mas não. ah! não pra mim.
Porque eu não tenho todo o tempo do mundo.
Minhas mãos tremem mais que as folhas em noites tempestuosas, um tanto abstinentes e sensuradas, com unhas em vermelho-sangue-pisado à procura de costelas quentes e duras, que hoje são mais distantes que o céu que nem parece tão infinito sem estrelas.
Nuca nua e tempo acelerado - que me deixa pra trás, sedenta por uma língua. Mendicante. Olhos vidrados, trincados, exangues. Respiração ofegante que me lota de expectativa num dia frio e atemporal, um tanto umido também, onde a menor faísca de esperança é um mero detalhe.
As cores soam triste e vazias e meus amores nem ruídos têm mais.
Nada a fazer. Ou muita coisa. Vai saber...
Talvez seja só esperar, respirar e seguir. Talvez seja só desistir.
Mas não. ah! não pra mim.
Porque eu não tenho todo o tempo do mundo.
Assinar:
Postagens (Atom)