domingo, 1 de junho de 2008

Sem saber

Meu coração, outrora flamejante, cheira a tabaco mastigado e cuspido. Um tanto lírico e melancólico, risonho e molhado; sádico. Bizarro. Espirra um show de horrores e vomita minhas entranhas em olhares desvairados ao mundo e aos meus.
Minhas mãos tremem mais que as folhas em noites tempestuosas, um tanto abstinentes e sensuradas, com unhas em vermelho-sangue-pisado à procura de costelas quentes e duras, que hoje são mais distantes que o céu que nem parece tão infinito sem estrelas.
Nuca nua e tempo acelerado - que me deixa pra trás, sedenta por uma língua. Mendicante. Olhos vidrados, trincados, exangues. Respiração ofegante que me lota de expectativa num dia frio e atemporal, um tanto umido também, onde a menor faísca de esperança é um mero detalhe.
As cores soam triste e vazias e meus amores nem ruídos têm mais.
Nada a fazer. Ou muita coisa. Vai saber...
Talvez seja só esperar, respirar e seguir. Talvez seja só desistir.
Mas não. ah! não pra mim.
Porque eu não tenho todo o tempo do mundo.

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