sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

sobrevivendo

A chuva caía densa, porém não havia barulho algum; nem de gotas nos telhados sozinhos, nem de passos vindo de qualquer outra direção.
Ela ia, pelo chão escorregadio, prendendo-se à concentração para não escorregar. Mas, logo no outro instante - separado por alguma parte de segundo - distraía-se, levada, pelos pensamentos rápidos, a quem há pouco a abandonara para voltar ao caos de antes. E ela, quase desistida, voltava ao medo e às vertigens, piorados pela umidade de tudo em volta.
Lua e estrelas inexistentes; sem vento. Luz opaca e vazio. Foi assim, até o morro acabar. E este pareceu durar uma eternidade. A vida seguia, correndo, enquanto dois corações se distanciavam, cada um na tua direção, separados por umas muitas gotas persistentes e por todo um mundo que insistia em complicar as coisas.

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