quinta-feira, 3 de julho de 2008

Depois de um ano.

Eu percebo que a gente realmente é feliz quando menos percebe.
Há um ano atrás eu implorava um amor novo e enjoava de um outro um tanto recente... mal sabia que vivia uma das melhores épocas da minha vida.
Pessoas novas, e uma segurança dupla que dissipava um pouco a incerteza que me guiava e fazia com que eu quisesse lutar mais um pouco.
Há um ano eu lamentava em silêncio a escassez de tempo e a voracidade com que me entregara inteira ao um estranho de voz avassaladora, que me fazia esquecer a tragédia do único amor verdadeiro que eu encontrei e que sabia, mesmo que na profundeza do meu espírito vadio, que mais cedo ou mais tarde não daria certo.
No dia 3 de julho de dois mil e sete eu comemorava, mesmo sem saber, minha vida dupla que fazia o sol brilha um pouco mais forte.
Nessa mesma época eu tinha medo que essas minhas duas vidas se esbarrassem (e, por ironia do destino, isso acabou acontecendo muito tempo depois, quando uma dessa vidas já tinha morrido e a outra estava mais viva e intensa do que nunca!).
Há um ano atrás eu não tinha vivido nem metade do que estava pra viver, não tinha sentido um terço do que eu sentiria, não tinha visto que paixões e caprichos realmente terminam rápido demais e que amores machucam mais do que a gente está preparado pra sofrer.
Depois de tantos dias e tantas reviravoltas eu não queria que o tempo voltasse, porque, se isso acontecesse, eu faria tudo igual. Não deixei de aproveitar nem um momento, não deixei de sorver o máximo de saliva e vida que eu podia de todos os amores e de todas as dores que passaram pelo meu sangue; não desperdicei nem uma palavra e nem um punhado de ar. Eu fui feliz, e ironicamente, eu sei que ainda o sou, por ter passado por momentos realmente memoráveis e por poder dizer que aos 16 anos eu soube o que é estar no fundo do poço e no pico da montanha e que sobrevivi, forte como sei que sempre fui, e que sorri todos os dias, por mais frios e cinzas que eles tenham sido; e sei que sou inteira por não largar nenhum pedaço de mim nos braços de ninguém e que sou completa por trazer um pouco de cada um comigo.
E sei que o verde daqueles olhos que até hoje me possuem continua verde e que a água do poço é realmente limpa demais e que a neve das montanhas é branca como a paz que trago dentro de mim por ter certeza que nada é certo, que o mundo dá voltas, e que eu volto com ele, sempre, que eu ressurjo das cinzas e que eu sou dona do mundo e mais forte que tudo e todos!

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