sábado, 19 de julho de 2008

Desisto

Lucidez está fora de cogitação num mundo cheio de falsos equilibrados.
Em quantos lugares do mundo deve estar chovendo agora?
Em quantos cantos escuros alguém chora?
Em quantos corações exangues jaz um amor impedido?
Aqui não chove; Aqui ninguém chora; Aqui nada descansa em paz.
Tudo segue, como num ritmo compassado, seguindo a dança dos raios ocres de luz que invadem o quarto frio que cheira a tabaco, café e solidão. Tudo segue, um tanto cansado, desacreditado; um tanto conformado com a situação. Situação essa que enlouquece; e quando alguém pensa que ao menos viu passar perto a plenitude desejada, este é atacado e esculachado, diante de todo o resto que apenas observa, quieto, o limite entre a loucura e a sensatez.
Os segundos que passam correndo diante de olhos cansados zombam o tempo todo de como são ridículos aqueles que acham que alguma hora chegaram a controlar seu destino e cospem na cara daqueles que tiveram coragem de trapaceá-los pensando que se sairiam bem.
É frio e cortes latejam com o som do sol que vem vindo.
É quase manhã e nos ensinaram a dormir quando escurece.
Desisto.

Um comentário:

Camila Barbosa disse...

"É frio e cortes latejam com o som do sol que vem vindo.
É quase manhã e nos ensinaram a dormir quando escurece.
Desisto."

Perfeito.