domingo, 13 de abril de 2008

Alex:

"Eu simplesmente não posso suportar ficar trancado. Minha empreitada deverá ser, no futuro que estende pra mim seus braços de neve e de flores antes que a navalha me tome ou que o sangue manche seu refrão final em metal retorcido e vidro quebrado na estrada, para não ser capturado novamente, parar com tudo isso. Mas esse negócio de ficar roendo as unhas dos dedos dos pés sobre qual é a causa da maldade é que me torna um garoto risonho. Eles não procuram saber qual é a causa da bondade. Se os plebeus são bons é porque eles gostam e eu jamais iria interferir com seus prazeres. E mais: maldade vem de dentro, do eu, de mim ou de você sozinhos, e esse eu é criado por Buda, ou por Deus, e é seu grande orgulho e alegria. Mas o não-eu não pode ter o mau, quer dizer, eles da escola, do governo e os juízes todos não conseguem permitir o eu. E não é essa a nossa história moderna, meus irmãos? A história de bravos eus pequenos combatendo grandes máquinas? Estou falando sério sobre isso com vocês, irmãos. Mas eu faço o que faço porque gosto de fazer."
Laranja Mecânica

2 comentários:

Viviane disse...

'Mas eu faço o que faço porque gosto de fazer'

essa frase deveria estar escrita no manual do hedonista...
bom livro. bom texto.
e boa noite bela isa

Ana. disse...

haha também adorei a frase: 'mas eu faço o que faço porque gosto de fazer' diz tanta coisa...

ainda mais porque nós fazemos algumas coisas que gostamos e nem percebemos!
e é aí que erramos, não?