sábado, 5 de janeiro de 2008

Para um velho poeta no Peru

Porque nos encontramos ao escurecer
Debaixo da sombra do relógio da estação
Porque por engano pensei que você estava melancólico
Por engano você achou-me genial, por eu ser tão jovem.
(Meu rock and roll é o movimento de um anjo voando na cidade moderna)
(Seu obscuro arrastar de pés é o movimento de um serafim que perdeu as asas)
(ambos rodeados pelos gritos de comunistas com flores enfiadas no cu)
- você muito antes de mim -
ou numa longa noite só num quarto
no velho hotel do mundo
observando uma porta negra... rodeado por pedaços de papel.
MORRE COM GRANDEZA EM TUA SOLIDÃO
Velho,
Eu profetizo a Recompensa,
Mais vasta que as areias do mundo
Mais brilhante que uma máscara de ouro batido
Mais doce que o gozo dos exércitos nus fodendo no campo de batalha
Mais estranha que nosso encontro
Fantasmas de uma velha ilusão, fantasmas do amor indiferente -
A OFUSCANTE INTELIGÊNCIA
Emigra da morte
pra te oferecer novamente um sinal de vida
Bravia e bela como uma trombada de automóveis...
Outro milagre estúpido!
Estou errado mais uma vez!
Sua indiferença! Meu entusiasmo!
Eu insisto! Você tosse!
Perdidos no vagalhão de ouro que escorre do cosmos.
Arre! Estou cansado de insistir!
Até logo, vou pra longe para ter visões.
Seus límpidos sonetos?
Eu quero ler seus mais sujos e secretos rascunhos,
sua Esperança,
na sua mais obscena Magnificência. Meu Deus!!


Quase que de um poeta de olhos de gato... para o outro.

Um comentário:

Anônimo disse...

poema incrível...seu?