terça-feira, 18 de setembro de 2007

Amor platônico e uma pitada de orgulho.


Ela foi, sem olhar pra trás. Mas esqueceu um pedaço dela, por querer.
Caminhava pisando forte, fingindo ser como suas pisadas. Cabeça erguida, coração jogando sangue pra boca e pros olhos, mãos suadas e o cabelo soltando-se lentamente. Constrangimento. Soltou-se por inteiro. Toda uma imagem montada desmoronou quando ela teve que levar as mãos à cabeça e amarrar cuidadosamente os fios curtos. Fez tudo o mais rápido possível e não parou de andar. Aqueles segundos intermináveis; Aquela calçada que não acabava nunca! Ele não viu.
Ela tinha os olhos protegidos e as lágrimas escondidas pelos óculos escuros.
Foram longuíssimos minutos de felicidade. Ela o sentia, ainda, em seus braços. Ele era todo, inteiro, e só dela. Cheirava à conquista.
Queria poder cantarolar Hole, bem na parte que a putagostosona diz: Quando eu consigo o que eu quero eu nunca mais quero de novo! Mas não, era demais pra ela, porque ela queria de novo! e como queria.
Sentia o Sol queimar-lhe as maçãs do rosto. estava desprotegida. Sem protetor solar e sem protetor emocional. Deixara-se levar por acreditar demais no seu amigo Oscar Wilde.
Os clichês eram bem-vindos.
Ela não aceitava. De jeito nenhum. Como podia ter se entregado tanto... e tão rápido? Ah, ela sabia que sua admiração por sorrisos bonitos ia acabar levando-a pro fundo do poço, como naquela tarde. Mas era o fundo do poço mais agradável que ela conhecia. E o mais raso também.
Ela deixou aquilo arder, arder até não suportar. Sabia que era melhor terminar ali. Terminar bonito. Terminar mágico. Terminar com a impossibilidade de que algum dia alguma coisa supere aqueles poucos minutos que ela adoraria que fossem eternos.
A pulsação saía do peito; ela agora a sentia no pescoço. Merda! Marcas! Era tudo que ela menos precisava. Chegar em casa e ter motivos visíveis para se lembrar do homem de sua vida; Que ela largou, lá atrás, com o coração dela nas mãos e o céu, sem nuvens, nos olhos.
E ele, todo confiante, cantava: "and you'll still want me!". Como é que ele sabia? como? Junkiesfilhosdaputa. como eu os odeio.
opa.

Um comentário:

Anônimo disse...

ahahahhahahahahhaha

limpida como a água do esgoto Isa.
já viu como a água do esgoto engana?
é limpida, limpida sim. pasmei quando percebi isto.

mas ela continua com aquele cheiro, isuportável de merda.

assim são nossos sentimentos. não importa o quanto vc compre oculos novos, ou corte o cabelo, quando vc deitar-se na cama, será a mesma Isa pertecente a só mais um junkiefilhodaputa. e nem importa se a marca do pescoço sumiu...
nem importa Isa bonita.

infelizmente.

mas seu post é divino, posso ate sentir o suor das mãos desta senhorita e o sorriso do individuo.